tag:blogger.com,1999:blog-22494423130181066052024-02-19T09:39:22.984+00:00VolteFaceBookUnknownnoreply@blogger.comBlogger166125tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-20739456972234054522011-06-22T14:36:00.006+01:002011-06-22T23:44:11.867+01:00O arrastanço da desenvoltura vertical<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><style>
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</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Indissociáveis do Verão, companheiras diárias e noctívagas, de várias cores com fundos lisos ou estampados e, pasme-se, até com salto alto, as chanatas são dos objectos mas democráticos e globais da actualidade.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">São usadas por ricos e pobres, homens, mulheres e crianças, novos e velhos, na cidade, praia e campo, enfim, são pau para toda a obra.</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Então, porque não gosto delas?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">É uma questão que se impõe, esta minha aversão às ditas, pois penso, aliás, tenho a certeza, que não me encontro sozinho. Confesso que tenho dois pares, um típico brasileiro de cor cinzento-mate e outro mais moderno que tem pano para colocar entre os dedos, ao invés de plástico, truque que me foi passado por um amigo que as usa 300 dias por ano.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">O meu problema em relação às chanatas é o andar com elas. Não sei como fazê-lo sem arrastar os pés e modificar o passo e a postura. Ao fim de uma hora com as ditas, estou com os gémeos desgraçados e a coluna desfeita. Depois olho em redor e observo a maior parte das senhoras a caminhar sobre elas como se estivessem calçadas ortopedicamente. E todas me dizem que sentem um enorme conforto e que as usariam todos os dias, se lhes fosse possível.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Entretanto, massajo os meus doridos músculos e continuo a achar que estas duas peças de plástico não podem fazer bem à saúde. Esta começa nos pés e a medicina tradicional chinesa, entre outras, aposta forte no conhecimento da planta dos mesmos para tratar maleitas do corpo todo. Ora se sinto, imediatamente ao segundo passo, que faço um esforço danado para conseguir dar o terceiro em frente, arqueando o pé e apertando os dedos para que o calçado não me escape, a coisa não pode ser boa. E o corpo, através dos olhos, procura uma solução imediata, seja perceber que o chão pisado pode ser tomado descalço, ou encontrar um par de sapatos dignos desse nome.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Depois há outra coisa que me salta aos olhos e que, realmente, abomino: é ter de ver as unhas pintadas dos pés. Mas que raio... porque é que as pessoas pintam as unhas e ainda por cima dos pés? E aquelas que fazem <i>pendant</i> com a mala e acessórios? Vá-se lá compreender a noção de estética...</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Porém, existe uma coisa pior que a chanata: chamam-lhe sandálias (ou sandalochas) e, dentro do género, um modelo específico que não tem biqueira e mostra os dedos dos pés. MEU DEUS! Ainda hoje tenho suores frios quando relembro os primeiros cámones que aterraram no parque de campismo que destruiu para sempre a “minha” praia algarvia. Todos sabíamos que pernoitavam no dito parque, porque as peúgas brancas que traziam calçadas estavam pintadas da cor de ferrugem, exactamente aquele castanho avermelhado das “estradas” de terra desses malditos parques.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">E uma questão que nunca consegui resolver passa exactamente por isto: porque carga de água se usam peúgas com sandálias, especificamente aquelas todas abertas e sem frente? Sempre pensei que as aberturas servissem para arejar os pés, mas isso deixa de fazer sentido com a utilização de meias... é ou não é?</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Só por causa disto, e porque é impossível usar meias, estou disposto a oferecer às chanatas mais uma hipótese. É que do mal o menos... mas, por favor, não pintem as unhas lá de baixo.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-64456366241220791312011-06-21T16:44:00.004+01:002011-06-21T17:33:30.775+01:00A arte da pendura no penduranço<style>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAq94RjF_CGA1mIPSnrrVYu2JlQHZBWbTqhdSzzlUl9f4x9qa4sm_X_IHHKqswrO8ZNCdwbQ-Ljd6Qgc8NHb0RXkyZJNF3U_DLH-7K3pulzEcGReIAlEqMu9rFIdGyxvmqyZA9fkFXbhAv/s1600/Cabide.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="158" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAq94RjF_CGA1mIPSnrrVYu2JlQHZBWbTqhdSzzlUl9f4x9qa4sm_X_IHHKqswrO8ZNCdwbQ-Ljd6Qgc8NHb0RXkyZJNF3U_DLH-7K3pulzEcGReIAlEqMu9rFIdGyxvmqyZA9fkFXbhAv/s200/Cabide.jpg" width="200" /></a></div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Estamos pendurados!</span></div><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Aliás, sempre nos pendurámos em alguém ou a qualquer coisa, desde os famosos tempos das descobertas aos dinheiros avançados por supra-entidades. Continuamos a ser mestres nesta acção embora, a cada ano que passa, menos optimistas de que no futuro encontremos outros ramos ou alturas.</span><br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">O <i>penduranço</i> faz parte do <i>modus vivendi</i> lusitano. São os clientes que deixam o pagamento pendurado, os artífices que largam o trabalho a meio, os desencontros, a bateria do carro, o médico que folgou precisamente no dia da nossa consulta, o reembolso do IRS, o telemóvel que crashou, o elevador que avariou, e um sem fim de pequenos azares.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">E o que fazemos quando ficamos pendurados? Em vez de olharmos em frente e tornear a situação, achamos mais fácil e prático usarmos esse percalço como expediente para pendurar o próximo.</span><br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Existem outros tipos de <i>penduranços</i> largamente comentados pela populaça: o jogador de bola que pendura as botas, o aperto de mão que alguém recusou, a miúda da internet que falhou o encontro prometido, a boleia que não se concretizou. Mas nestes casos, os portugueses encontram sempre forma de se justificarem aos que ficam pendurados por uma explicação: coitado, já não tinha pernas; se eu fosse o outro também não o cumprimentava; ahhh, grande fdp; o sacana vai pagar-mas.</span><br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Agora que estamos a cair na real, olhamo-nos com semblante carregado, pois sabemos que até os que nos agarravam também vão ficar pendurados pelas próximas e urgentes modificações público-privadas. E agora?</span><br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Agora olha, há que mudar de comportamento e começar a trabalhar. A situação ideal seria entregar os beemers, os benz e os audi aos reais donos, locadoras e bancos. Permitirmo-nos baixar a crista e utilizarmos a excelente rede de transportes públicos que algumas cidades oferecem. Comprar ou alugar uma bicicleta ou motociclo. Poupar nas inovações tecnológicas, pois todos temos o telemóvel de 1995 ali encostado que funciona na perfeição. Preferir a marmita às máquinas automáticas, o tasco do Zé com refeição completa a 6,5€ em vez dos 20 que caem no visa, andarmos a pé numa cidade que, já sem carros, ofereceria os passeios aos peões, reservarmos algum dinheiro para eventualidades em vez de fins de semana no solário ou numa estância de Verão. Ele há um sem número de aplicações.</span><br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Seria até fácil resolver esta questão da banca rota se todos pensássemos da mesma forma e tomássemos a decisão. Mas ninguém vai dar o primeiro passo pois sabe, de antemão, que os restantes o vão deixar... pendurado.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-42979721396157783972011-06-09T12:58:00.004+01:002011-06-09T17:05:21.184+01:00Dodot dodot...<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><style>
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</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Tenho conta no <i>Facebook</i> há muito tempo e, como vivi várias vidas, grande parte dos meus “amigos” são mesmo pessoas que conheci ou com quem trabalhei ao longo das décadas. </span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Logicamente que, conforme os interesses, vou aceitando ou procurando novos contactos, situação que me tem levado a tirar mais conclusões sobre as redes sociais (visto que estou em várias, do <i>Linkedin</i> ao <i>Star tracker</i>).</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Uma delas é o facto de, lá fora no resto do mundo, de África ao Brasil, passando pela Austrália e até mesmo Inglaterra, as pessoas não ligarem ao FB como nós, portugueses que gostamos de ser afamados como o povo que tem mais telemóveis que habitantes.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Os contactos profissionais não cabem neste mundo virtual. As coisas ainda são feitas à antiga, ou seja, através de telefone ou cara-a-cara. Portanto, é enervante esperar por uma resposta vinda por email ou através dos <i>posts</i> sociais. Deste modo, e com a impossibilidade de se viajar para os confins do mundo para tratar de assuntos, há que adquirir aqueles cartões telefónicos que se vendem nas tabacarias e gastá-los até ao último cêntimo. Confesso, é dinheiro bem investido. </span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">O mundo, afinal, não é tão <i>gadget freak</i> como as Fnacs nos querem transmitir e “impor” com as sucessivas vagas de novidades tecnológicas.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Então o que faz um Presidente da República escolher este meio como o principal para a divulgação de opiniões? Ou as marcas perceberem, tarde e a más horas, que a sua sobrevivência passa pela rede? Ou jornalistas sem poiso debitarem bitaites azedos a todas as horas do dia e da noite? E os inúmeros convites para festas, lançamentos, inaugurações, etc?</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Quem lhes liga?</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Bom, temos notícias de festas de aniversário que conheceram a adesão de centenas ou milhares de “amigos”, porque o/a aniversariante fez o convite online. Também conhecemos o sucesso mediático que agrupou milhares de jovens, da Síria a Portugal, que se juntaram para protestar contra o imposto.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Ou seja, por um lado, as redes sociais falham na sua comunicação global, mas por outro começam a ser um agregador de vontades. Em que ficamos? Será uma questão geracional? Ou seja, dos 10 aos 30 vive-se esta funcionalidade como complemento de vida e dos 30 aos 60 sabe-se de tudo mas não passa de um agregador de <i>feeds</i> noticiosos e <i>fait-divers</i>?</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">Confesso que é um bocadinho estranho metade das pessoas não passarem sem elas e a outra metade viver sem elas.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: large;">De que lado vocês estão?</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-77938885996304458352011-06-08T00:35:00.003+01:002011-06-08T02:25:24.166+01:00Repto de Alarme aos Progenitores<style>
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</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Hoje acompanhei a minha senhora à escola de uma das pirralhas, a fim de discutir uma série de situações que nem o ME soube esclarecer previamente ao telefone.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">A presença dos três directores máximos da escola, fez-nos logo perceber que a defesa dos seus interesses iria ser muito lógica e totalmente baseada em verdades que só eles conhecem.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Enfim, mais um esquema público-privado que vai enchendo, e bem, os bolsos de quem foi bem mais matreiro que eu e, logicamente, não tem qualquer dificuldade em assumir-se como mais um chico-esperto que minou, para sempre, este país.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">À porta do estabelecimento, quedavam-se várias pitas em alegre cavaqueira, todas de cigarro na mão e nenhum livro, mochila ou material de estudo em seu redor.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Nos cafés defronte, a mesma situação, com a multiplicação de jovens “estudantes”. Curiosamente, no interior do estabelecimento onde decorriam as aulas, vislumbrei um punhado de alunos, mas nem todos na mesma sala. A minha companheira virou-se e mostrou o seu profundo desagrado com tudo, desde a politica educacional, à falta de integridade, honestidade, verdade, competência e honra.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Acalmei-a o mais que pude, expliquei-lhe que, pelo menos, as pirralhas ainda têm progenitores e novos companheiros dos progenitores que tiveram uma educação esmerada e uma escola bastante rigorosa. Isso deve valer para alguma coisa, pensei para os meus botões.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Ela mostrou um ligeiro sorriso de esperança e pediu para irmos para casa.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Chegados, percebemos de longe que o jovem do prédio do lado direito, estava em casa. Como? Muito simples: este puto deve ter uns 18 ou19 anos mas fala e comporta-se de uma forma que eu, e somente eu, penso revelador de um ligeiro atraso. O comportamento social, pois tem dois pais e dois irmãos mais novos, reforça esta minha conclusão, pois é impensável um puto fazer gato/sapato de quem está em casa e, pior para os vizinhos, colocar no máximo (que as rafeiras colunas de computador permitem) a sua música preferida que é, imagine-se, rap. RAP, por amor de deus... E não, ele é de tez muito clara.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">O pior não é um puto ouvir aos berros esse sub-género mus... musi... music... enfim, essa construção de beat em loop com uns dizeres gritados em cima. É este puto ouvir a mesma música (em loop mas nunca chegando ao final, pois isso requer paciência e a noção de uma conclusão) até à exaustão. Dele, não será, mas é a de qualquer ser humano que ouve Música.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Pela gritaria que lhe oiço, é este puto que domina toda a família, e que ainda manda vir com os pais porque “tásver, tásver, isso de pintar carros não é pra mim” ou “tásver, tásver, o Benfica próanu ékié”.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Do bairro inteiro, sou o único que, já desesperado, vou à varanda e comporto-me como ele, debitando com a minha garganta e pulmões, algumas verdades que ele, decerto, não entende. Mas pelo menos, roda o botão do volume para a esquerda e de vez em quando, surge um dos progenitores logo atrás a sorrir uma ligeira desculpa. Eu não sorrio de volta, mas olho para a minha companheira e digo-lhe uma verdade, muito importante, que as pirralhas dela, mesmo com algumas parvoíces próprias da adolescência, não conseguem baixar a este nível social e que, graças a elas, o mundo pode ainda ter alguma safa.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Menos enervada, foi ver os emails e deparou-se com mais uma conta do estabelecimento comercial, ops, de ensino, que tínhamos acabado de visitar.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Aí não aguentei, agarrei nas chaves do carro e fiz-me à estrada!</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0.1pt 0cm;"><span style="font-size: large;">Na minha tresloucada mente só uma questão: “quem é que dos mandantes desta porcaria tem a coragem de me dizer, na cara, que anos atrás gritou aos pais que não sabia pintar carros?”</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-32960473444524620132011-03-30T16:25:00.000+01:002011-03-30T16:25:41.126+01:00Quando um é sempre seguido por dois... ou vice versa<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsvwaCU3q5qsLcinJCTPUcfNf4bs7wbUOoCsg4w71zN41oD2Y182BIhKIv7dYoBiIUyRvVC6TAS6ZTCHw19wbRvlE11k90IOy-TuHR6Z-DnahZtTT8JVRpMnyGHI9EpGMk2QcgZpfYe-R0/s1600/12_21_12_2012_december_21_2012_photocard-p2434295080598165632l5uw_400.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsvwaCU3q5qsLcinJCTPUcfNf4bs7wbUOoCsg4w71zN41oD2Y182BIhKIv7dYoBiIUyRvVC6TAS6ZTCHw19wbRvlE11k90IOy-TuHR6Z-DnahZtTT8JVRpMnyGHI9EpGMk2QcgZpfYe-R0/s320/12_21_12_2012_december_21_2012_photocard-p2434295080598165632l5uw_400.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Confessemos, andamos transtornados com a nossa situação.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele é a catástrofe politica, judicial, social e democrática. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele é a depressão psíquica geral, a falta de apoio do médico de família, o fecho de inúmeros estabelecimentos de saúde e a reforma antecipada dos senhores doutores.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele é a falta de politica de educação, o abandono total do conhecimento, o facilitismo nas notas, nas faltas, nas matérias.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele foi a aniquilação das pescas e da agricultura em solo/território português, o abandono da coisa urbana e os homens da luta.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele são manifestações de gente rasca que se diz à rasca, acompanhados por quem nunca foi rasca e agora está mesmo enrascado ao ver a vida a andar ainda mais para trás. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele são políticos, de todos os quadrantes, que deveriam estar presos mas andam a gastar os restos do erário público.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele são as agências de ratice que nos consideram lixo e a chegada (ou já presença silenciosa) do FMI.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Bom. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não é uma boa situação, mas o fim do mundo ainda não chegou, pois não?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele é a anunciada tragédia nuclear nipónica e o consequente envenenamento das águas e terras. Adeus maravilhoso sushi...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele é uma guerra já quase global, que se iniciou com os interesses “humanitários” no Iraque e Afeganistão que agora eclodem por todo o norte de África, onde os mesmos “salvadores” já iniciaram a sua batalha a favor do povo desprotegido. Há que manter o óleo bem quentinho...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele é Lisboa com mais de 40 graus célsius de Junho a Agosto.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Se o fim do mundo ainda não chegou, estamos lá perto...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Se a isto juntarmos as previsões maias em que o estoiro tem data marcada para 21 de Dezembro de 2012 <i>* <span>[</span>sabe-se actualmente que nesta data durante o solestício a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da nossa galáxia, Via Láctea. Sabe-se que no centro da Galáxia existe um buraco negro supermassivo<span>]</span>,</i> às previsões do i-Ching <i>*<span>[</span>um livro Chinês sobre concepções do mundo e filosofias de vida, que contém algumas previsões se utilizarmos a teoria “Time Wave Zero”. Usando esta técnica vê-se que o livro Chinês prevê que o mundo irá acabar a 21 de Dezembro de 2012</i><span>]</span>, e ainda às profecias do mago Merlin, Einstein, Sibyl e Delphi, tudo aponta num só sentido e uma data precisa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">... bom... dá para assustar um bocadinho.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que fazer?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que vocês vão fazer, não sei. Eu já decidi: vou tentar viver a vida o melhor possível, rodeado por amor e carinho, relativizando os grandes dramas e, acima de tudo, pirando-me daqui e encontrar um buraquinho porreiro e com uma boa vista. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Estou na dúvida em relação ao sushi, isso estou. Vou morrer de saudades. Daqui até Dezembro de 2012 ainda é muito tempo sem ter acesso à iguaria que mais aprecio.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">* dados retirados do site “ciência hoje”</span></div>Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-1433920231957918202011-03-18T17:35:00.002+00:002011-03-18T17:44:01.968+00:00Há que ter calma ao dar o corpo e a alma<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtzhd866p5hKwqkZi29rIiaJyK7DIfwdkimBG2-OtYsMOOtNDJfia8Wk4aegfYElQUFdTFs3TLP93v1JJXO0ABHoGolQlwig1jG9MfEGvb_MK4WQa-NORuFcYYoWvTHFoFKeH7-x9mSf8b/s1600/4400051919_c69fc3c2a0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="144" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtzhd866p5hKwqkZi29rIiaJyK7DIfwdkimBG2-OtYsMOOtNDJfia8Wk4aegfYElQUFdTFs3TLP93v1JJXO0ABHoGolQlwig1jG9MfEGvb_MK4WQa-NORuFcYYoWvTHFoFKeH7-x9mSf8b/s320/4400051919_c69fc3c2a0.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Numa altura em que se fala muito de Skin Parties, nas quais e ao que parece, a malta mais nova não se coíbe de fazer figuras que roçam a pornografia, os tempos são realmente de mudança drástica que rasgam transversalmente o anonimato.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não o anonimato total e enclausurado, mas o normal, aquele que se fecha dentro da nossa casa, conversas, sonhos, palavras, enfim, da tal vida íntima.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Muitos de nós, quase todos, gostamos dos nossos segredos, mesmo tendo uma conta no facebook onde publicamos algumas fotografias e desabafos. Mas daí a mostrar TUDO, há uma grande diferença. E, pelo que parece, a fronteira já não existe para a geração que ainda nem atingiu a maioridade.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Longe de mim vir para aqui criticar miúdos que deviam estar a dormir em casa em vez de mostrar e roçar o corpo até às seis da manhã. Longe de mim sequer tentar conversar com eles e explicar-lhes a noção de urgência, tempo e paciência.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ainda bem que nasci quando nasci e que tenho a idade presente. Sim, muitas vezes olho para trás e para a frente e sei, de antemão, que já devo ter vivido mais do que irei sobreviver e, mais importante, com muito mais saúde. Mas tive a sorte de ultrapassar a adolescência com tempo, esse mesmo tempo que hoje é consumido com uma tal fúria que, tenho a certeza, vai-lhes fazer muita falta quando, ao chegarem à idade que tenho hoje, olharem para trás e perceberem que fizeram merda.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O facebook e os telemóveis, entre outros, são armas poderosas que se podem voltar contra quem os utiliza. A fotografia ou o vídeo que se colocam online garantem a vergonha social e global de quem foi “apanhado”. A questão da cultura do corpo é tão demente que quase todos os telemóveis dos adolescentes contêm imagens que poderiam ser aceites nas revistas softcore... ou mesmo hardcore. O problema é que estes apetrechos são alvo de cobiça, roubo físico ou digital. E o anonimato, que garante a nossa privacidade, tão importante na nossa existência, está ameaçado de total aniquilação.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Escrevi tudo isto porque me lembro bem das máquinas fotográficas com rolos de 35mm e da angústia que sofríamos até ter nas mãos o filme revelado. Ninguém sabia, nem mesmo quem tirava o boneco, qual seria o resultado e isso era... bom. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Hoje olha-se logo o ecrã, apaga-se ou tira-se outra e ainda se edita dentro ou fora da maquineta. O que ganhámos não compensa o que perdemos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O mesmo com o telefone. Hoje recusamos ou fingimos não estar disponíveis quando olhamos o número que nos contacta, alguns já com fotografia e tudo. Antigamente tínhamos um telefone preto, sem memória, sem atendedor, sem nada de nada, a não ser a certeza que alguém que conhecia o nosso número nos queria falar. E atendíamos, pois era de bom tom fazê-lo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não me venham dizer que sou antiquado, mais a mais porque utilizo o último grito tecnológico em quase tudo. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Só que gosto de manter privado o que só a mim diz respeito.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E acho que o preço a pagar vai ser demasiado elevado.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-44704415084055462522011-02-18T16:21:00.000+00:002011-02-18T16:21:01.382+00:00Dar e baralhar a outra face<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkvKD5eHRCBMpejseBu62FONV2CisUi6RoaCzldeQ7Ea214VxuxcSXiY7yjc7msJ2e-I83Gr62GLYmKmMAlaj4k2nCIOD7gj_-K47Z4WZhSU9l5rZcOBos6Tfv2xcsxHczcO3Jio0qtMeT/s1600/create-a-face-shattering-effect.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkvKD5eHRCBMpejseBu62FONV2CisUi6RoaCzldeQ7Ea214VxuxcSXiY7yjc7msJ2e-I83Gr62GLYmKmMAlaj4k2nCIOD7gj_-K47Z4WZhSU9l5rZcOBos6Tfv2xcsxHczcO3Jio0qtMeT/s320/create-a-face-shattering-effect.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Qual é a primeira coisa que nos ocorre quando nos lembramos de um amigo?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Do seu rosto! É ou não é? Só depois vêm o nome, as memórias, as conversas, as aventuras, o estado social, a família dele, o que faz, por onde anda e etc.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O rosto de uma pessoa, ou face (ou cara), é o primeiro dado que memorizamos de alguém. Será devido à memoria visual, o “olho” da nossa mente que cataloga cada experiência visual, que nos lembramos dos rostos das pessoas quando muitas vezes esquecemos o nome das próprias? </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A face é, assim, o elemento mais importante para a designação de alguém, logo seguida pelo corpo e pela forma de vestir. Nela encontramos os olhos (que podem ou não ser o espelho da alma), a boca (para a qual olhamos com sentimentos dúbios, que podem ir do prazer de um sorriso encantatório ao interesse pelas palavras proferidas), as rugas, os sinais, a forma e muitos etc..</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">São, acima de tudo, sinais exteriores. E são estes, quer queiramos quer não, que nos impelem a desejar conhecer certa pessoa em detrimento de outra. A questão da beleza e riqueza interior nunca se coloca num primeiro olhar.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Foi assim que o Mark (com ou sem os associados) concebeu o Facebook: um livro digital de rostos!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">No Facebook, valemos pela foto que disponibilizamos no perfil. Podemos escolher outro tipo de imagens, mas terá de ter um teor pessoal, mesmo que seja um herói de banda desenhada, um automóvel, uma figura que admiramos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O Facebook é, deste modo, um agregador de rostos que nos saciam os sentidos imediatos, logicamente sem contar com os amigos chegados e conhecidos da vida. Os novos contactos dão-se porque se gosta daquela face, dos olhos, do sorriso, do cabelo. É uma espécie de lista telefónica de possibilidades sem limites, mesmo escondidas sob pedidos de “amizade”, quando só se procura o próximo alvo, muito facilitado porque o mundo é um “ó” onde temos sempre um amigo que é amigo desse rosto que queremos conhecer.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os jovens ainda não entenderam bem como tudo isto funciona e colocam sem pudor variadíssimas fotos de férias, borgas, festas, convívios. Dão, deste modo, todas as informações sobre o seu rosto, corpo, locais de férias, bairros preferidos para as saídas nocturnas, etc.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É só fisgar um e seguir todos os seus passos para, inevitavelmente, chegarmos ao contacto físico.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Há que entender isto, por muito que custe... e tentar aconselhá-los.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Chegamos à conclusão que o Facebook é um embuste, pouco servindo os interesses reais da maior parte dos utilizadores, encurralando-os numa espécie de vertigem social a que é necessário pertencer e, acima de tudo, estar bem vivo e com saúde sob a forma de <i>postagem</i> diária.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que o Mark deveria ter feito, era um Friendbook. Mas como, se sabemos que o rapaz é um cromo que conhecia o insucesso social, um geek que não fazia parte do grupo dos populares, um freak que acredita que usar chinelos é cool?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ele nunca pensou na verdadeira amizade, mas sim no voyeurismo puro e duro.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nada tenho contra o Facebook, pois utilizo-o de formas “normais”: o de realmente contactar amigos que vivem muito longe ou mesmo aqui ao lado, o de reencontrar pessoas há muito desaparecidas da minha vida e promover algumas coisas que faço, profissionais ou autorais.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Portanto, utilizo-o bem mais como Friendbook do que Facebook.<span> </span><span> </span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E isso dá-me alguma paz de espírito, quando habito o terceiro país mais populoso do mundo... e em franco crescimento.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Imaginem um mundo <i>friendbookiano</i> onde, para além dos “likes”, “comments” e “shares”, existissem botões tipo “I miss you”, “Dinner tonight? Bring the gang” ou um simples “see you later”.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">‘Bora fazer um como deve ser?</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-73014548654816025982011-02-16T17:09:00.000+00:002011-02-16T17:09:54.698+00:00De par em par, uma nesga escancarada<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHkEtgxwNmp75waxRTroAEKhKDxUYJi-hsONrJqhocSCP7-v-PQnL7OtYxJhGOtJ-POKJ_XM1WysRBsNv75Fov5OHXJ0NeQUnvY30CdOsHwMvbspM87WgzzE5-3PszIK8Bu2T6EHZQoYds/s1600/doorway.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHkEtgxwNmp75waxRTroAEKhKDxUYJi-hsONrJqhocSCP7-v-PQnL7OtYxJhGOtJ-POKJ_XM1WysRBsNv75Fov5OHXJ0NeQUnvY30CdOsHwMvbspM87WgzzE5-3PszIK8Bu2T6EHZQoYds/s320/doorway.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"> </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Existe um tema que provoca acesa discussão entre amigos quando é abordado: será que se deve mostrar a casa às visitas ou não?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Tenho-me divertido bastante com as variadíssimas opiniões de todos quantos conheço.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Uns dizem que sim, que é boa educação e coloca o convidado à vontade.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Outros dizem que não, pois ninguém deve ter acesso à parte não social.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Uns dizem que é de bom tom.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Outros dizem que parece que estamos a vender o imóvel com o recheio.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E assim por diante.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que é engraçado é que todos têm uma opinião, mas por vezes a posição difere na prática. Muitos dos que não gostam de mostrar a casa, têm de fazê-lo quando o conviva exclama “ai, mas que linda, onde são os quartos” e etc. Outros que até gostam de mostrá-la, ficam pendurados na fronteira entre a parte social e a privada, observando quem chega a instalar-se rapidamente nos sofás.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois de fazer uma muito breve pesquisa na internet, não cheguei a conclusões. Ao que parece é de bom tom, com pode não sê-lo. É agradável para a visita saber o que e onde pisa, como pode ficar acabrunhada pelo <i>show off</i> do anfitrião. É claro há excepções, como quando se faz umas obras valentes ou se compra aquele móvel que se deseja mostrar a toda a gente. São situações pontuais por que todos passamos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vai daí, olhei para mim e pensei no que faço.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pensei, pensei e, de repente, dei por mim a mostrar a casa a algumas pessoas e a evitar fazê-lo a outras.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Como não tenho o costume de convidar indivíduos que não prezo (embora alguns demonstrassem falta de carácter após uns tempos), estranhei esta selecção.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pensei, pensei e, de repente, cheguei a uma conclusão: não sou eu que mostro ou deixo de mostrar, são os convidados que demonstram interesse ou falta dele.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E fez-se luz.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Na verdade, o português gosta de mostrar a casa a quem convida. Gosta de falar daqueles livros que tem na estante, ou do quadro que herdou da avó. Gosta de mostrar a LedTV que custou uma “pechincha” em saldo no hipermercado, como o Magalhães que comprou para o puto mais novo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Em tudo o que mostra tem, muitas vezes, o cuidado de apontar que não está ali nenhuma fortuna. Os pertences ou foram conseguidos com muita sorte e oportunidade, ou oferecidos ou outra coisa qualquer.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Parece que temos vergonha de ter o que temos... mas depois gostamos de mostrar os teres e haveres. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Confesso que gosto de mostrar alguns dos meus tarecos. Tão somente porque gosto tanto deles que tento que outros os apreciem.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E isso pode ser tanta coisa... por exemplo, a 1ª edição que encontrei no alfarrabista e que, atenção, custou poucos euro, o dvd super <i>special edition</i> que mandei vir pela Amazon e que trás outro disco cheio de extras, mas que ficou pelo preço do normal cá nas fnacs, o móvel das gavetinhas que é lindo e que consegui por excelente preço devido à mudança de casa de um amigo, etc., etc.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Muitos amigos aponta-me o defeito, talvez porque estão fartos de ouvir as explicações sobre a origem dos elementos, e meio a sério, meio a brincar, gritam “olha, não te esqueças de mostrar a despensa e a casota do animal lá na varanda”.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Todos rimos, mas não deixa de ser uma boa questão... pode-se mostrar uma parte da casa e a outra não? É de bom ou mau tom? É educado ou indelicado?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Em que ficamos?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Uma coisa é certa: é um comportamento lusitano! Ou português, pois os brasileiros fazem o mesmo e têm as mesmas dúvidas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que pensará um cámone quando lhe abrimos as portas?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pior... o que pensaremos nós deles se ficarmos fechados na sala de refeições apenas com acesso ao lavabo social?</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-31635476661876662142011-02-14T15:05:00.000+00:002011-02-14T15:05:39.509+00:00Valentim foi um valente que disse um sim<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilNU6BI-ys9wyBGtegM4VNJGK4hcqtD24_F8AzTNlxbj0gf33S1-P9vhFbFIXijepw2wc2xIVSqviOSFCxRM846Pqd6-W-sTJapoOZNFmlczWFFStBcHO6rYUBRE_ADUMBjkc6SltW3_La/s1600/44707111ew4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="249" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilNU6BI-ys9wyBGtegM4VNJGK4hcqtD24_F8AzTNlxbj0gf33S1-P9vhFbFIXijepw2wc2xIVSqviOSFCxRM846Pqd6-W-sTJapoOZNFmlczWFFStBcHO6rYUBRE_ADUMBjkc6SltW3_La/s320/44707111ew4.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Corações ao alto, hoje é dia dos namorados!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Para uns é apenas o dia (aliás, algumas horas após o emprego) em que podem voltar a ser aquilo por que a cara metade se apaixonou em tempos idos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Para outros, eternos românticos, é uma data ansiada para a qual prepararam um programita (após o emprego) que se inicia com um jantar num restaurante mais especial que o normal, seguido por uma oferenda que se traduz, em 90% dos casos, por um perfume, uma rosa ou um ramalhete delas, um leitor mp3 e, para finalizar, um chocolate final na almofada do leito para aquecer o ambiente, entretanto esfriado com o passar do tempo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois há aqueles que podem ou não dar importância à data mas que estão sem cheta no bolso para alegrar a cara metade.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A estes vou dedicar mais atenção, pois são os que realmente se preocupam.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Preocupam-se com muita coisa, desde o não ter hipótese de comprar uma prenda, passando pela vergonha de não ter hipótese de comprar uma prenda, até à apresentação de desculpas por não ter hipótese de comprar essa mesma prenda.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Este grupo subdivide-se em dois. Os que, tão preocupados, se fecham a sete chaves no seu coração, podendo até mesmo desaparecer durante esse dia para percorrer a pé alguns km na vã busca pela resposta aos problemas, e os que, mesmo preocupados, inventam formas de poder, ainda assim, oferecer alguma coisa à sua paixão.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Estes são, quanto a mim, os verdadeiros românticos e eternos apaixonados por quem escolheram. E, bastas vezes, têm a fortuna de serem amados de volta. Não é extraordinário, perguntará o mais à vontade na crise, que esses pobres coitados conheçam o amor que ele, cheio de crédito, não vive? Pois a vida é mesmo assim e o amor não se paga. Pode comprar-se um bocadinho dele, mas nunca uma metade ou a peça inteira.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O amor de um namorado - e repare-se que mesmo uma pessoa casada pode continuar a ser namoradeira - não tem preço. Nem etiqueta. Nem promoções ou descontos em talão. Nem vai em cantigas. Nunca estará em saldo e nunca se fabricará na China. É mesmo “gostar de”, com todas as frases que surgiam nos cromos da colecção “o amor é” e que os petizes desdenhavam nesses tempos antigos... até se apaixonarem por alguém.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Uma prenda oferecida por este subgrupo é sempre fantástica e adorada por quem a recebe. Pode ser quase tudo, desde um raminho de salsa que será metido no tacho com a refeição preparada em surpresa, como um molho de flores selvagens apanhadas no caminho para casa, um livro que está na prateleira e que é o preferido mas que agora passa de mãos, um passeio mesmo à chuva só porque é raro o fazerem a pé, um daqueles pertences que temos esquecidos mas que sabemos perfeitos para a ocasião, uma carta de verdadeiras intenções escrita com cuidado para se perceber a letra, um poema, uma canção, uma promessa, um brinde a tempos melhores mas na mesma companhia, tanta, tanta coisa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A lista pode ser infindável.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E quem diz que o dia dos namorados é todos os dias, esqueça. Isso é o mesmo que afirmar que o natal é quando um homem quer ou que a galinha da vizinha é melhor que a minha.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Todos sabemos que é assim, mas ter uma data específica para o celebrar não é, de todo, mau.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Apenas nos reforça o sentimento de todos os dias mas que, por diversos motivos, o vamos esquecendo e tapando com as vicissitudes que a vida impõe.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Portanto, hoje é (mais um) dia<span> </span>para aconchegarmos quem está ao nosso lado, dar um abraço apertado e sentido, olhar nos olhos e relembrar os porquês da escolha e sentirmo-nos felizes por ter alguém que nos ature.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nem que seja em americano e com balões em forma de coração.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-58341550172698141162011-02-09T17:33:00.001+00:002011-02-09T17:34:57.423+00:00Perde-se tempo precioso a cada minuto que passa<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5K-1FqKqdQFFvUNc2jrgFxPenPQNhqz8qlOF674O486mQyMF-zULwmAvrWPWxr-ZmMTcy9KZ9eK5Y2XK3muHkHJanbDjnHMS6TjstC9sH_z-2UF-qZ6XbUdFS2LyNihIl4HduExid5kSa/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5K-1FqKqdQFFvUNc2jrgFxPenPQNhqz8qlOF674O486mQyMF-zULwmAvrWPWxr-ZmMTcy9KZ9eK5Y2XK3muHkHJanbDjnHMS6TjstC9sH_z-2UF-qZ6XbUdFS2LyNihIl4HduExid5kSa/s1600/images.jpg" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Se ontem havia tempo de sobra, hoje há falta de tempo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que mudou neste <i>entretempo</i>?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A resposta é muito simples: a tecnologia.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pois é. Pura e simplesmente a tecnologia.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vamos a contas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sou um garoto nascido mesmo na metade dos anos sessenta. Sendo assim, ultrapassei como pude a década mais horripilante de todas, essa tal dos 70, em que toda a gente se vestia de forma a não conseguir parceiro sexual, cuja revolução aconteceu somente devido a excessos e a experiências com substâncias não muito católicas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Lembro-me, porém, mesmo vestido e calçado pela minha mãe, com boca de sino a tapar as botas de pele de carneiro e camisas cintadas cujo colarinho chegava à costura da manga, que tinha amigos. Amigos no masculino. Isso das miúdas era para outras idades.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Passava a manhã na escola, chegava a casa para almoçar e fazer os TPC. Depois, bom, depois tinha tempo livre para fazer o que bem entendesse, desde que não saísse dos domínios da avenida. Tive a sorte de nascer e viver num bairro com jardins, o que permitiu muita subida às árvores, muita futebolada, muita apanhada e toca-e-foge, muito berlinde, muita queda das bicicletas e dos skates, e muito ténis-de-parede. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Com os meus inúmeros amigos, sobrevivia a este ritmo fisicamente esforçado. E, no final das tardes, ainda tinha tempo para ler um qualquer livro da Blyton, do Verne ou do Doyle, passando pelo Graton, Goscinny, Hergé e Disney, entre tantos outros.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pedi ao meu pai que comprasse aqueles livros de “cultura”, pesados e cheios de bonecada, que o Circulo dos Leitores vendia, para além de colecções sobre as guerras mundiais, os clássicos da literatura, e tanta outra descoberta.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Num repente, um dos vizinhos tocou a todas as portas e pediu-nos para ir lá a casa. Deparámo-nos com uma coisa esquisita, com um teclado de borracha, e uns cabos que se ligavam ao televisor. Essa máquina do demo encantou-nos e retirou-nos da rua, o que naquela altura não era sinónimo de perdição.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">As horas seguintes foram passadas em grupo com a maquineta. As primeiras discussões também, pois todos nós queríamos chegar à nossa vez para não mais a largar. E os pais perceberam que tinham de desembolsar uma quantia avultada para dar ao respectivo petiz histérico essa tal coisa chamada Spectrum.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Eu não tive um Spectrum. Portanto, descobri as miúdas uns anos mais cedo. E segui essa felicidade e facilidade por não ter concorrência, pois ninguém saía dos quartos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Passado pouco tempo, tive o meu primeiro computador, um bicho a que chamaram Commodore Amiga. Imaginem o gozado que fui por ter uma “amiga” lá em casa... Esse maquinão ajudou-me a encaminhar a vida. Com ele descobri programas que editavam vídeo e áudio. Com ele descobri que se podia controlar sintetizadores e fazer música. Fora os magníficos jogos, que me afastaram dessa vida horripilante ao ar livre e em constante esforço físico com consequências nefastas para o corpo humano.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Comecei a ter falta de tempo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Principalmente quando comprei o primeiro Macintosh. Depois o primeiro PC. Depois o primeiro telemóvel e depois o primeiro portátil. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Num repente, deixei de ver os amigos de sempre e passei a ter outros. Cada qual com a sua máquina de eleição e poucos com telemóvel e carro. Já tínhamos mais de 20 anos e, pasme-se, íamos de transportes públicos para todo o lado. O horror...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O dia passava entre o estudo, as máquinas, os projectos, alguns trabalhos para ganhar dinheiro, as matinés e as noites, ora no cinema, ora no Bairro Alto entretanto a acordar das leitarias e das velhas prostitutas de rua.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não havia tempo para mais nada.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas as horas eram preenchidas com grandes tertúlias, vontade de mudar o mundo, chegar mais longe que os restantes, fazer empresas próprias, viajar, discutir, aprender, sonhar e sorrir.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não havia tempo porque já éramos dominados pela tecnologia, que nos permitia ser designers gráficos, realizadores, músicos, cientistas, e tanta coisa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas fomos felizes, não fomos?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Hoje seria de supor que a malta mais nova, que já nasceu com um telemóvel no berço e um laptop no colo, os usassem para chegar mais longe que nós, que facilitassem o seu dia a dia, que abusassem do conhecimento global à distância de um click, que não tivessem de perder tempo a tentar aprender a mexer com cada máquina nova que surgisse com o seu diferente <i>modus operandi</i> e linguagem operativa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas não. Clicam fervorosamente e durante 20 horas/dia, mensagens mal escritas. Deixaram de ler, portanto não sabem escrever. Como teclam nas redes, não conversam. O discurso é inexistente e os erros evidentes. O desinteresse por tudo e todos é real, enquanto o próprio umbigo se tornou no centro das atenções.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Claro que há excepções, claro que há malta extraordinária.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas são muito poucos e, decididamente, aqueles que ouviram os mais velhos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nós?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nós estamos cansados.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ainda continuamos na labuta do conhecimento, ainda temos amigos...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas sabemos bem que o que mais gostaríamos era que o tempo voltasse para trás.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nem que fosse por pouco tempo.</div>Unknownnoreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-80249051694445830672011-02-02T14:50:00.001+00:002011-02-02T19:17:36.037+00:00O lugarzinho a que chamamos casa<style>
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font-family: "Cambria";
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</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCu0gqKUnQ06GSHqORQjAI_ud8WKCvE-OBJAETBABjgTbqvB-EDtpBa0B5xjNAjkEMnzz0IwcfCGjvtcQOP6_VnDR3X_2rlIVwoh99MWYBtL4uTxmDz9MI7L4vMOI9AzBYa_kzvIl1ieYP/s1600/stonehouseguimaraesportugalmain.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCu0gqKUnQ06GSHqORQjAI_ud8WKCvE-OBJAETBABjgTbqvB-EDtpBa0B5xjNAjkEMnzz0IwcfCGjvtcQOP6_VnDR3X_2rlIVwoh99MWYBtL4uTxmDz9MI7L4vMOI9AzBYa_kzvIl1ieYP/s320/stonehouseguimaraesportugalmain.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Começo por afirmar que estou farto de dizer mal do meu país, de opinar com criticas sociais, económico-políticas, contra as manias das gentes e dos costumes, passando pela falta de educação cívica e demais. Chega!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Hoje vou dizer bem deste meu lugar, tão favoravelmente bafejado pela latitude e longitude e que contém todo o mundo dentro de um tão pequeno rectângulo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Este meu país apresenta um esplendor natural que não tem paralelo, desde o Minho ao Algarve, passando por paraísos como o Gerês, a Estrela, o Alentejo, sem retratar as maravilhosas ilhas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Num mesmo dia podemos esquiar abaixo de zero como tomar banho de mar acima de 20 graus. Podemos saborear um queijo da serra como um peixe acabado de pescar. Por muito que a CEE nos tire o sal do pão, não conseguem tirar o sabor do alentejano ou do de Mafra. Por muito que a Asae feche estabelecimentos, continuamos a cozinhar com utensílios de madeira. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Temos mais formas de saborear bacalhau que dias num ano. Gostamos de boa mesa e boa pinga. E porque não? Temos a melhor das mesas e pinga da boa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Num mesmo restaurante, podemos escolher de entre uma vintena de opções, todas excelentes, que depois serão terminadas com um doce conventual, arte só nossa e sem adversário celestial.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vivemos num pais católico mas que abre a porta a todos os que o não são. Gostamos de brindar com estrangeiros, mostrar do que somos feitos, oferecer até o que não temos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Gostamos de afirmar a nossa História, feitos e aventuras. Somos poetas, vaidosos e teimosos. Cantamos a saudade e tentamos explicá-la com guitarras e xailes negros. Até damos nomes de ícones a lontras, de cientistas a ruas, de santos a freguesias.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos antigos e modernos. Temos casas de xisto e start-ups mundialmente reconhecidas. Somos inventores e desenrascados. Somos chico-espertos, mas ajudamos quem nos está próximo. Gostamos do mundo inteiro e levamos sempre uma bandeira e um hino. Há sempre um português lá fora, mas que conta os dias para regressar a casa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos criativos, engenhocas, gestores e poliglotas. Somos inteligentes, eficazes, obstinados. Se em tempos idos conquistámos por mar, nos tempos vindouros conquistaremos por fibra óptica, turbinas eólicas, eficácia nas grandes obras de engenharia, na aposta de materiais únicos e só nossos, na descoberta da cura para o cancro, na sustentabilidade, transformação e inovação.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não conhecemos limites porque não levamos a sério os físicos. Nem temos medo do Adamastor. Apostamos e perdemos, reerguemo-nos e conquistamos. Fazemos muito com pouco e inventamos o que precisamos. Gostamos de estrelas, tanto do mar como cadentes. Gostamos de festas populares, de sardinha no pão, de tremoços e mines, de futebol e carros de corrida.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Por muito que nos queixemos, não choramos, nem gritamos e não brincamos às guerras. Antes, sofremos em silêncio, esperando sempre por amanhã, porque vai ser um novo dia e uma nova esperança.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E quando nos fartamos disto tudo, escrevemos um poema, cantamos um fado ou colocamos uma flor num cano de uma espingarda.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos assim. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não há nada a fazer.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E ainda bem.</div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-27847415013485099362011-01-31T16:13:00.000+00:002011-01-31T16:13:25.419+00:00Miscível não é a mesma coisa que misturável<style>
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</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnfHjGKBS2aM_s1aFK190WWqDyeLqC2r6Aoo1KX2EybdibTf1_UfII9mB5X_1W1m9su16F1vmyCNc0XwAcHOKDJfZ5WvrSmJ52CTqm6S7ew9AzxglMLvb0hgxJdoaaZJMGOTRAGWRSUvCd/s1600/destaque_cenoura_ralada.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnfHjGKBS2aM_s1aFK190WWqDyeLqC2r6Aoo1KX2EybdibTf1_UfII9mB5X_1W1m9su16F1vmyCNc0XwAcHOKDJfZ5WvrSmJ52CTqm6S7ew9AzxglMLvb0hgxJdoaaZJMGOTRAGWRSUvCd/s1600/destaque_cenoura_ralada.png" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Cada vez que vou a um restaurante, sou obrigado a avisar o empregado que não quero arroz com batata frita e também não quero cenoura ralada na salada mista. E isto acontece na maioria dos estabelecimentos comerciais.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ó faxavor,<span> </span>só quero batata frita! E ó faxavor, não quero cenoura ralada.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas quer arroz num pratinho à parte?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas que coisa... já lhe disse que só quero batata frita!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E a salada, continua a ser mista?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas concerteza! Só não quero a cenoura ralada, o resto pode vir tudo!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É complicado não iniciar a refeição com uma indigestão. Os cozinheiros, a não ser nos locais topo de gama e por conseguinte proibitivos, apanharam esta mania da cenoura ralada não se sabe bem onde. Mas não entendem que o sabor da cenoura crua nada tem a ver com a cumplicidade da alface, tomate e cebola, banhadas com azeite e vinagre? Cenoura crua com azeite e vinagre? Experimentem comê-la num pratinho à parte, ó faxavor...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O mesmo se passa com a dupla arroz cozido com batata frita. Só pela forma de confecção, como se junta um cozido a um frito? Por outras palavras, mas porquê e para quê? Só se for para encher o prato, tipo enfarta bruto, e os olhos para quem gosta de travessas a abarrotar. E como o arroz ainda é barato...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Algumas misturas até podem ser excelentes, vamos lá pôr ordem na mesa. E também acompanham na perfeição carnes várias bem grelhadas. O rodízio brasileiro é uma dessas excepções, onde o arroz mistura-se no feijão preto cheio de molho e com farofa por cima. As batatas fritas são o complemento, não o acompanhamento. Por exemplo, eu não como batatas fritas neste caso. Contento-me e aprecio a misturada cozida. Nem aqui junto fritos a cozidos, mas sei que sou dos poucos que rejeita a batata e a banana. Não sei, não combinam comigo. Mas ele há gostos para tudo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Com a actual crise, é natural que comecemos a comer menos carne e peixe e nos sintamos obrigados a fazer uma alimentação mais cuidada, tipo vegetariana, em que as gramíneas, leguminosas e hortícolas terão grande destaque. Mas já foram a algum restaurante <i>vegan</i>? Não é estranho olhar para os habitués e reparar no seu ar escanzelado e esverdeado ou até acastanhado?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O problema é que são muito capazes de misturar alimentos, como o arroz a lentilhas, feijão frade a grão, que acompanham aquelas coisas sem cheiro e sabor, tipo seitan e tofu. Não é o mesmo problema? Misturar duas opções que deveriam ser apreciadas pelas suas únicas e diferentes características?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Imaginem uma refeição com feijão frade, ovo cozido e uma lata de atum. Não é bom? E não faz bem? Não é equilibrado e de uma saborosa simplicidade? Então porque misturar-lhe lentilhas, tofu ou algas?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nada tenho contra a comida vegetariana (o mesmo não posso dizer da macrobiótica). Aliás, e confesso, de vez em quando até sabe muito bem. Mas escolhe-lha como alimentação principal, em que todos os dias vou ter que me virar para o empregado e pedir que retire coisas ou separe outras?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não me parece.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Quando esse dia chegar (com o FMI ou qualquer outra palhaçada), até eu chorarei ao relembrar os pratos cheios de arroz e batata frita.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas, por favor, esqueçam lá a cenoura ralada...</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-78803218160480312082011-01-24T14:21:00.004+00:002011-01-24T17:28:02.120+00:00Um burro sabe sempre o caminho para casa<style>
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</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHGnQRiw5TmBg3DSjGEK7_mUokFvy5XOKIYvWyfOHqjZ7ejcD2LPfiefPFQWvuCDCbM2S28Yn6VpVzIHxMQ1MmSFXOGD4YDbxBBq6W5Oa1iunz8hyX6VA3qsa8BAsMAkT78fRsOwHhYa2D/s1600/img05.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHGnQRiw5TmBg3DSjGEK7_mUokFvy5XOKIYvWyfOHqjZ7ejcD2LPfiefPFQWvuCDCbM2S28Yn6VpVzIHxMQ1MmSFXOGD4YDbxBBq6W5Oa1iunz8hyX6VA3qsa8BAsMAkT78fRsOwHhYa2D/s320/img05.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Em tempos de crise, há que dar ideias aos mandantes para conseguirem tornear e resolver o problema.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Muito se tem falado sobre o custo de vida, os impostos agravados, o aumento do IVA, o final dos abates das carripanas, os atrasos de pagamentos a quem de direito, mas nunca li ou ouvi soluções sérias e adequadas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Presto-me, então, e aqui neste espacito aberto ao mundo, a oferecer, de bom grado, pequenos conselhos de fácil implementação. Logicamente que são impostos, mais impostos, mas vamos dar-lhe outro nome para que o povo, sempre ordeiro, os olhe esperançosamente como um passo sério para a resolução dos seus males. E podemos até dizer-lhe que, desta vez, não lhe vamos ao bolso... o que até é verdade. Enfim, mais ou menos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ora vejamos:</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoListParagraph" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-indent: -18pt;">1.<span style="font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span>Imposto sobre... aham... Taxa Temporária sobre a Felicidade: </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A partir de 1 Fevereiro de 2011, será proibida qualquer manifestação de felicidade, desde sentimento particular a demonstração geral. No caso de acontecer, o prevaricador será multado e obrigado a pagar 100€ por cada grau de felicidade, de 0 a 10, tabela a ser produzida pelo futuro Ministério de Seriedade Social (MSS).</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoListParagraph" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-indent: -18pt;">2.<span style="font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span>Taxa Temporária sobre Sonhos:</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sonhar não é produtivo. Antes, desenvolve sentimentos antagónicos à realidade, provocando em quem sonha necessidades de procurar outro destino para a sua existência, situação desfavorável para a ordem social. Uma sobretaxa será aplicada aos sonhos eróticos. Contudo, quem tiver pesadelos poderá preencher o formulário adequado e pedir o adiamento do pagamento da multa, que entrará em vigor a partir de 25 de Abril de 2011, paralelamente à abertura do novo Instituto para o Regulamento de Vidas Equidistantes. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoListParagraph" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-indent: -18pt;">3.<span style="font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span>Taxa Temporária sobre Boa Disposição:</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Um povo tristonho e infeliz, é um povo trabalhador que aceita ordens e constantes entraves ao seu progresso individual e social. É imperativo continuar esta politica para evitar sérios atropelamentos ao desenvolvimento dos filiados dos partidos que ocupam o poder. Está prevista a constituição do Instituto 1984, subsidiário directo do MSS, e que terá a finalidade de marcar digitalmente o pescoço de cada contribuinte com um sofisticado chip que conterá a informação pessoal, desde dados genéticos e actividade profissional, aos momentos de relaxe e diversão. As coimas serão activadas a partir de dois momentos sorridentes.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoListParagraph" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-indent: -18pt;">4.<span style="font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span>Taxa Temporária sobre a Fé:</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Será totalmente proibido ter fé num futuro melhor. Serão também abolidas expressões como “luz ao fundo do túnel”, “pior do que está é impossível” e “amanhã é um novo dia”. Uma sobretaxa será aplicada à <i>Fézada</i>, uma situação anormal e aleatória, que concede algum alivio individual e alimenta quem está próximo. Jogos de azar serão obrigatórios e nestes serão incluídos os da Santa Casa. Os prémios ficarão na posse estatal, sendo paga uma renda mensal ao vencedor no valor de 1/1000 da quantia total. O futuro Ministério Contra o Abuso do Dinheiro Caído do Céu (MCADCC) terá um papel influente na Igreja, concedendo-lhe algum espaço de manobra, mas orientado e fundamentado pelo novo Tratado Anti-Esperança.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoListParagraph" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-indent: -18pt;">5.<span style="font-size-adjust: none; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span>Taxa Temporária contra a Simpatia:</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Um povo simpático é um povo de bem com a vida, com alivio monetário e com serviços sociais funcionais. Este sentimento é nefasto à indústria pesada e pode travar o desenvolvimento do país e das exportações. Em época de crise, não existe lugar para filantropias. O estado de espírito tem de ser controlado afim de evitar relacionamentos cordiais e ajudas individuais. O futuro Instituto pela Gravidade de Porte, estará totalmente dependente do MSS, e actuará directamente sobre os casos isolados que continuem a defender, entre outras, a Boa Educação e a Responsabilidade Social.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Outras taxas estão a ser pensadas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Desta forma, os mandantes conseguem criar mais um número indeterminado de institutos e ministérios, para além de todas as empresas constituídas pelos amigos que fornecerão estas entidades de forma directa, o que impulsionará a economia nacional com a criação de inúmeros postos de trabalho, remunerados acima da média, e com possibilidade de integração em grupo de trabalho activo de quatro em quatro anos. A possibilidade de carreira é uma realidade e existem bónus mensais e anuais, dependendo do alcance dos objectivos firmados a cada nova legislatura. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-29989845570827453892011-01-20T13:01:00.000+00:002011-01-20T13:01:27.094+00:00O regresso do desejado será plural<style>
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</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDpaOhVwPtjBsiSawfBmyYRsR8HXLf25KunGZmXZNoVFKunabIksoNXt7G5YXya5Hwc8PUxGpahqgHFSuiB4h5u84IKmKCk_kAsUolxkvee8kjtbiRQCAB3K8h6Mv6UL44DbZpIn-DClHK/s1600/Voltei.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDpaOhVwPtjBsiSawfBmyYRsR8HXLf25KunGZmXZNoVFKunabIksoNXt7G5YXya5Hwc8PUxGpahqgHFSuiB4h5u84IKmKCk_kAsUolxkvee8kjtbiRQCAB3K8h6Mv6UL44DbZpIn-DClHK/s320/Voltei.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Até que ponto somos garbosos e valentes?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Qual é o limite da nossa coragem?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vemos, por todo o lado, exemplos extraordinários de bravura aquando uma desgraça, em que alguns colocam o valor da vida de outrem à frente do seu próprio temor e, por vezes, bom senso.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Aplaudimos com vigor essa intrepidez e seguimos em frente.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sabemos que o ser humano é capaz de superar barreiras, tanto físicas como psicológicas, e olhar para um horizonte de esperança e melhor condição.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas ultimamente tem sido mais difícil. Mesmo muito mais difícil.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Há quem lhe chame crise, ou crime, desnorteio, falcatrua, imbecilidade ou mediocridade. Na verdade, estamos pobres, com uma mão à frente e outra atrás. A nossa dívida externa deverá fazer parte, daqui a 50 anos, de um pacote de perdões, porque nunca a iremos pagar. Tal como perdoámos os milhões emprestados a África. Até lá, os actuais mandantes deverão morrer de cirroses provocadas pelos melhores whiskies ou com diabetes alimentados por iguarias diárias.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas nunca morrerão de vergonha. Nem de arrependimento. E nem estão para isso, porque, aos poucos, conseguiram uma proeza digna de nota: o tornar cobarde o outrora vigoroso português.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A nossa valentia está doente, a nossa independência idem. Estamos cansados, tristes, indefinidos. Estamos fartos mas sem forças para lutar contra esta sina.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vamos sobrevivendo, cada dia com menos no bolso, cada hora com mais ataques de pânico e stress acumulado. Olhamos à volta e não vislumbramos a luz ao fundo do túnel, só mais problemas acumulados.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O truque é muito simples: desespera-se o pensante e valoroso, minando-lhe os passos e as vontades. Destrói-se a sua independência, provocando-lhe necessidades a que nunca esteve habituado. E, depois, oferece-se um tachinho ou uma posição em qualquer entidade fabricada para alojar esta gente. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sem esperança e com dívidas, poucos são os que não aceitam esta esmola.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os que anuem, sabem que é sol de pouca dura, até outros <i>boys</i> tomarem o lugar destes já mais crescidos. Mas a questão é aguentar o dia a dia e, de certa forma, recuperar alguns vícios sociais. E isso tem muita importância para o português.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Outros há que se mantêm fiéis à sua demanda, recusando o sistema, quer por vergonha própria, quer por educação (também própria) ou mesmo por teimosia (ainda mais própria).</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A estes temos de dar os parabéns, mesmo sabendo que não paga contas nem enche o frigorífico. E é com pena que os vemos, aos 30 e 40 anos, a embarcarem num navio com asas e a pirarem-se deste seu cantinho e terra, em busca de qualquer solução séria e honrada.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Diariamente, Portugal vê desaparecer a sua boa casta, um dna que custou a fabricar e que deveria acarinhar e fortalecer. Mas a cada um que se vai, mais poder é garantido aos medíocres que nos enterraram.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É sempre mais fácil mandar em quem tem medo de perder o pouco que ainda tem... </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O problema destes tipos mandantes é que se esqueceram, porque são ignorantes e carreiristas, que o português consegue milagres quando apoiado. É sempre dos melhores quando reconhecido. É um exemplo quando o deixam em paz a trabalhar e construir. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Estes que se estão a ir embora, sabem que vão regressar, um dia, à sua terra. Mas sem problemas, com a carteira cheia e uma vontade e dinamismo extraordinários para recomeçar uma guerra.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pode demorar uma década, ou até mais, mas quando se reunirem na Portela, trocarão abraços guerrilheiros, olhares cúmplices e iniciarão uma revolução necessária e imperativa. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Há os que defendem que será imposta uma ditadura intelectual. Outros industrial. Seja ela qual for, que se apressem.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Até já.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-27223206748519751032011-01-19T13:21:00.002+00:002011-01-19T16:56:49.838+00:00Usar sempre a borrachinha e nunca perde-la de vista<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUMN_IAhGyruLL1XN67xh7EucxuUTHmzErxqOYeg4iH7Ol4uKigCAoNO0ZYaiL8RdjzwjjlBTqaTsay0hdzP0XEA6J98Yc3Ukrac6vWlERzQ8E_qvROAcrHibJ_ru1DTKjkGl1_cLsSnIJ/s1600/taparalo.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUMN_IAhGyruLL1XN67xh7EucxuUTHmzErxqOYeg4iH7Ol4uKigCAoNO0ZYaiL8RdjzwjjlBTqaTsay0hdzP0XEA6J98Yc3Ukrac6vWlERzQ8E_qvROAcrHibJ_ru1DTKjkGl1_cLsSnIJ/s320/taparalo.JPG" width="247" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Causa-me confusão chegar a uma cozinha e ver o ralo do lava-loiça destapado.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Custa-me saber que os restos da comida, e outras coisas, vão desaparecer por ali abaixo, provocando entupimentos mais ou menos graves que poderão ocasionar rupturas na canalização, com a consequente inundação doméstica e inevitáveis dores de cabeça e gastos extraordinários.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sempre tive estas manias, adoro tapa-ralos, como gosto de ligar e desligar os interruptores de uma forma lenta e suave.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Tento também poupar água de duas formas: pressionar o botão do autoclismo a meio da descarga, e fechar o chuveiro aquando a ensaboadela corporal. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Também gosto de evitar que todas as lâmpadas estejam acesas em divisões onde não está ninguém e fico chateado quando, depois de avisar, o hábito se mantém.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Estão a ler isto e devem pensar “epá, o rapaz é verde e poupado”. Nada mais falso! Se contarem as luzinhas vermelhas e azuis dos <i>stand by’s</i> na sala, de certeza que ficariam estarrecidos, como eu fico, a pensar nos watts mensais.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Então porque não desligo tudo? Razão simples... dá uma trabalheira reiniciar as maquinetas todas as manhãs.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Isto demonstra que pensamos numas coisas e voltamos costas a outras, tão ou mais importantes. Ao tentar compreender porque sou um chato numas e não em todas, dei por mim a relembrar a educação parental.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Realmente, a minha mãe falou-me do ralo e dos canos, enquanto o meu pai explicou-me o desgaste dos interruptores e das lâmpadas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Só não mencionaram as luzinhas vermelhas e azuis porque... não existiam.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Por conseguinte, não obtive nenhum conselho sobre as mesmas e a minha casa é o retrato dessa falta de educação.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Dou por mim a ver os jovens a não fechar as torneiras, a despejar tudo para o ralo e a não desligar os apetrechos electrónicos, desde o computador aos telemóveis. Ou seja, nesta demanda pelo reconhecimento profissional, a minha geração esqueceu-se que tinha de educar os petizes nestas coisas mais prosaicas, e agora pagam uma factura mensal... bem alta, já para não falar do desgaste prematuro das maquinetas o que provocará o reforço dos investimentos bem mais cedo que o esperado.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Armando-me em Capitão Verde, tentei explicar no outro dia, enquanto se lavava a loiça, a possibilidade de entupimento da canalização da cozinha, devido a terem retirado o tapa-ralo do seu lugar. A resposta foi simples: “lá estás tu a ser chato! Isso nunca aconteceu a ninguém!”</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Quedei-me... uma das coisas que aprendi ao lidar com malta mais nova, é que eles não ouvem. Mas lá recoloquei o dito.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O alarme tocou durante essa mesma noite, quando a avó da petiz telefonou aflita: a água não parava de brotar do seu lava-loiça, tinha a cozinha toda inundada, o seguro estava-se nas tintas e a Epal demorava. Uma desgraça!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois de prestada a ajuda possível, olhei de lado para a petiz, enfiada nas sms do seu melhor e mais íntimo amigo, o telemóvel. Ela fingiu que não percebeu que a olhava, mas não aguentou e explodiu: “Eu sei, eu sei! Tens razão!”</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sorri.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">No dia seguinte, o tapa-ralo tinha sumido para sempre.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A petiz levou-o para casa da avó e deixou-me... sei lá.... enervado. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Saltou-me literalmente a tampa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Uma coisa é ficarmos satisfeitos por ter ensinado algo, outra é sermos prejudicados de uma forma tão vil e sem aviso prévio.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Tenho ali uma data de loiça acumulada...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-51389267616132439852011-01-18T15:01:00.002+00:002011-01-18T19:37:59.112+00:00Ai fidelidade, a quanto obrigas o hábito de cada um<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRc52qPIwaq0NkURnHv1EjoarC_EFrlGw9SloLpmxziu4xgxsiBVK-QZFfFSqq3x-wM8JGsaK-gMXZgDj4KAzIswAISlLtmPKP4kGKorgJPfytVNjPhzKS_ARX-r3_9oDO0V5fdiWZgRbb/s1600/f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRc52qPIwaq0NkURnHv1EjoarC_EFrlGw9SloLpmxziu4xgxsiBVK-QZFfFSqq3x-wM8JGsaK-gMXZgDj4KAzIswAISlLtmPKP4kGKorgJPfytVNjPhzKS_ARX-r3_9oDO0V5fdiWZgRbb/s320/f.jpg" width="316" /></a></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Isto da crise já se sabe que não é para todos. Os mais ricos enriquecem e os mais pobres sobrevivem. O desgoverno já nem vergonha tem, mas o povo continua ordeiro e sereno, chegando mesmo a criticar a falta de paciência dos gregos e irlandeses, dos tunisinos e haitianos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos assim, para sempre amedrontados e subjugados por meio século de silêncios e demais ofensas. Dizem que é fado, outros sina, outros ainda molenguice. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Lá fora, os senhores endinheirados olham-nos como <i>Piigs</i>, os vizinhos como um mal menor, os orientais como porta de ouro e os restantes nem sabem quem somos ou onde estamos, tal a nossa actual pequenez, só perfurada de dois em dois ou de quatro em quatro anos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Contudo, há um elemento que diferencia o português dos demais povos: a fidelidade! Somos tão ou mais que o bacalhau. Revemo-nos nos nossos amados cães, mesmo que os abandonemos antes das férias que outrora foram grandes.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Também continuamos agarrados aos amigos de sempre, assim como às imperiais da marca esta ou aquela, aos tremoços que ainda não se pagam e à bica, complemento vitamínico e proteico para um dia de labuta.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E... parece-me que são os últimos estandartes dessa nossa verdade. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Repare-se, tudo começa quando mudamos de banco. De banco! Por acaso os nossos pais e avós mudaram alguma vez de balcão, quanto mais de banco? Sempre foram fiéis ao Sr. Lopes ou à menina Isabelinha, cumprimentavam todos os funcionários às nove da manhã e as portas estavam sempre abertas, mesmo após as 15h. Hoje, mudamos de banco mal se anuncia uma escalada de juros, independentemente deles próprios (banqueiros) fazerem tudo por tudo, com a constante mudança de gestores de conta, para que não nos sintamos muito à vontade.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Antigamente também fomos fiéis à marca de automóvel. Uma vez francês, toujour français. Uma vez inglês, always british. E por aí adiante, só para não ter de escrever em germânico. Hoje escolhemos a que oferece maior desconto ou mais extras. Nem que seja coreana.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os petiscos, outrora simbologia nacional, também estão a ser postos de lado, não somente pelo aumento do preço e Iva, mas também porque não são salutares. Ou pelo menos, essa é a desculpa cordial que apresentamos aos demais convivas, quando sabemos que pagar aquela sapateira, os percebes, as entradas, as saídas e os acompanhamentos etílicos, vai fazer-nos mossa lá para o meio do mês.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Enfim, tantos casos que fazem parte de um passado recente, como a ida domingueira ao restaurante preferido da Ericeira para degustar o belo do peixinho fresco, o fim de semana no Algarve (onde ainda muitos têm casa mas já não têm dinheiro para a gasolina e portagens), os copos ao fim de semana pela noite dentro, a visita semestral ao dentista para toda a família, a prenda de aniversário mais especial e onerosa para o amado, um <i>special</i> <i>weekend</i> com <i>english breakfast </i>na cama, as delícias das prateleiras mais altas dos supermercados, e tanta, tanta, tanta coisa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas existe ainda um hábito fiel que conseguiu uma extraordinária estoicidade ao longo dos últimos anos de constantes aumentos: a marca de tabaco! Os fumadores, cada vez mais olhados de soslaio e expulsos dos locais que sempre frequentaram, ainda olham para o seu maço com o logotipo preferido como se de um talismã se tratasse. Aguentam firmes e hirtos o aumento de ontem que rondou os 40 escudos, o de hoje que aumenta 30 e o de amanhã que promete encarecê-lo mais 50.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Era bom, não era?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Até os fumadores tiveram que se fazer à dose. Aliás, a outra dose. O do costume, para sempre guardado diariamente na banca da esquina, passou ontem a ser aquele de menos 10 cêntimos. Hoje, é aquele que custa menos 15 e, amanhã, escolhe-se o que estiver esquecido na prateleira e que ainda está ao preço antigo de anteontem.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E isto sim, demonstra o ponto a que chegámos, nobre povo que demos mundos ao mundo, mas que já não podemos dar mais nada a ninguém porque há ainda outra coisa que sobe mais que o tabaco: a gasolina.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E é melhor nem ir por aí. Nem podemos... porque temos o depósito mais que vazio.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-56727905950010421962011-01-17T13:25:00.001+00:002011-01-17T22:54:20.128+00:00Passar novamente a ser Virgem, nem que fosse por poucos dias<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5upLakqtxdhGnYT1RE2fQ_V3KyHiHNMsOZxNOgQxS8b2GZzA49YDOOLD0KQEYVZeGzts93vgt-0WukfbGv8dcbxtTLG0FSFpmjPDQDSv4peP0t6OLtmv8N82SCDrO9P2SULO3X5VaFEhc/s1600/zodiaco2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5upLakqtxdhGnYT1RE2fQ_V3KyHiHNMsOZxNOgQxS8b2GZzA49YDOOLD0KQEYVZeGzts93vgt-0WukfbGv8dcbxtTLG0FSFpmjPDQDSv4peP0t6OLtmv8N82SCDrO9P2SULO3X5VaFEhc/s1600/zodiaco2.jpg" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Confesso que não percebo nada de signos nem sei a que mês pertence este ou aquele, com a única excepção do meu próprio e dos de alguns amigos próximos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nem compreendo a sua utilidade no início de conversas sociais: Olá, eu sou Gémeos e tu? Ai, Gémeos, que horror! Foge! Foge! Não se pode confiar em vocês.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas o que vem a ser isto? Mas porque é que certas almas acreditam mesmo nos horóscopos, lêem as revistas e aqueles livrinhos de bolso que são publicados a todos os Janeiros?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A confusão global instalou-se com o anúncio que teríamos de subtrair um mês ao nosso signo, para conhecermos o, afinal, correcto.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não se falava de outra coisa e, confesso, também fiz o ensaio e calhou-me Touro. De Gémeos para Touro.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ora bem, o que é que sei sobre Touros? Pouca coisa. Toda a info registada tem a ver com uma muito ex-namorada e o resultado não foi bonito.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ao contrário dos Gémeos que são ar, os Touros são terra. Também ao contrário, detestam mudanças e coisas novas. Ainda mais ao contrário, são metódicos e adoram cumprir objectivos. E, para finalizar a comparação, são teimosos e pouco dados a alterarem a sua posição.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Isto assustou-me. De Gémeos, ou seja, do melhor signo do mundo em que duas cabeças pensam melhor que uma e dois corpos são mais trabalhadores que apenas um, vejo-me com um par de cornos, teimoso como uma mula, agarrado às coisas como uma lapa e com a mania de ser melhor que os outros como um leão.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Fiquei, para além de chocado, deveras tristonho.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Saí à rua, nestes dias sebastianistas, e deambulei pela minha zona da cidade que me protege das confusões e ajuda às confissões. Teria de modificar a minha personalidade, deixar de ser sonhador, um bocado aéreo. Passaria de criativo livre e desempoeirado a um <i>suitman</i> cheio de tiques e horários para cumprir.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Passaria a ter a secretária arrumada, o trabalho dividido por <i>folders</i> num ecrã inicial com a foto dos entes queridos, utilizaria pela primeira vez a agenda do telemóvel, só iniciaria a leitura de um livro quando terminasse o que estou a ler e tantas outras coisas que nada têm a ver comigo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Trata-se de uma enorme injustiça! Compreendo, e até aceito, que os Touros gostassem de passar a ser Gémeos ou, pelas novas contas, que o signo que vem a seguir, um tal de Caranguejo, adorasse passar a ter uma figura humana... aliás, logo duas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas nem todos se podem queixar. Por exemplo, os ex-Balança passariam a ser novamente Virgens. Um sonho antigo da humanidade e para que já existe uma operação cirúrgica. Já os Virgens ficariam mais impuros e deixariam de poder afirmar, com toda a sinceridade, que ainda o eram.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Bolas, antes Virgem que Touro. Pelo menos poderia sorrir nervosamente aquando a próxima noite de luxúria. Mas não, mas não...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Felizmente, as notícias mais recentes afirmam que os signos continuam a ser os mesmos de sempre! Qualquer coisa relacionada com o zodíaco tropical, a projecção elíptica da Terra e um qualquer ponto vernal.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Este rumor, afinal, não passou de um desejo de astrónomos do Minnesota, ou seja, americanos, o que explica muita coisa, principalmente para a crescente fatia da população que já não pode com eles. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas cá para mim, estes senhores tinham apenas um desejo:</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Deixarem de ser Virgens... <i>if you know what i mean</i>..., e de geeks de laboratório transformarem-se em top models de passerelle.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Opá, se uns acreditam, porque não outros?</div>Unknownnoreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-63084084096735761432011-01-13T14:07:00.002+00:002011-01-13T20:26:29.416+00:00Os dois lados de uma circunferência<style>
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}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii4M_4MOTf5bfTTknPEVQrqqtHnmrAX_bHEwIx-K9bHjf37fCOJ3xAPSHuKXO_t-fI4AiJb7aod37JXvFonMYFHz3FBoD6TT0DhRZu-sw3dK9_P8vT-KUNXW-EriM338Q6P2Qi77iYiOxg/s1600/Decisions.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii4M_4MOTf5bfTTknPEVQrqqtHnmrAX_bHEwIx-K9bHjf37fCOJ3xAPSHuKXO_t-fI4AiJb7aod37JXvFonMYFHz3FBoD6TT0DhRZu-sw3dK9_P8vT-KUNXW-EriM338Q6P2Qi77iYiOxg/s320/Decisions.jpg" width="229" /></a></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Construir uma premissa dramática não é, de todo, um segredo. Basta escolher um personagem e traçar-lhe um caminho. Ao longo desse percurso, alguns obstáculos vão surgindo e ele terá de tomar decisões.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Imaginem: o senhor João Desconhecido decide ir dar uma volta de carro para a montanha. Num repente, um grande tronco cai e atravessa-se na estrada. Decisão: voltar para trás ou torneá-lo? Decide meter o carro pela berma e arriscar. Quando se safa, percebe que a estrada continua em mau estado. Decisão: voltar para trás e reenfrentar a árvore ou continuar a aventura off-road? E por aí adiante.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A nossa vida é tal e qual a construção de uma narrativa. Estamos sempre a dizer que sabemos ao que vamos e mantemos a premissa que desenhámos no início da nossa adolescência, mas ficamos sempre perplexos quando chegamos ao próximo entroncamento. E pior ficamos se é um cruzamento.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É-nos difícil escolher – decidir – a esquerda, direita, frente ou para trás. Somos humanos, é natural recearmos o que sabemos não dominar. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É neste ponto que podemos dividir o ser humano em dois: há os que decidem seguir sempre em frente, e há os que ficam parados na encruzilhada sem saber o que fazer num primeiro momento.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Dizem que estes últimos são cuidadosos, receosos, que pensam muito bem e fazem todas as contas antes de decidir o próximo passo. Geralmente, a sua vida é menos tortuosa mas mais infeliz, contudo, são capazes de ter um emprego certo, alguma paz de espírito e uma condição ordeira.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os outros, que nem olharam para trás, já lá vão muito à frente. Se calhar enganaram-se no caminho, tiveram acidentes, perderam pertences. Geralmente, a sua vida é mais tortuosa mas menos infeliz, contudo, não pensam sequer em voltar atrás aquando outro cruzamento. A vida é sempre em frente. São audaciosos, por vezes loucos. Têm uma vida cheia de altos e baixos e é assim que a vivem.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O interessante é quando estes dois géneros se cruzam e ficam frente a frente.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O audacioso está cansado de tanto correr e de continuar a ter de fazê-lo para sobreviver, visto que só raras vezes é que consegue um sucesso digno de registo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O cuidadoso está cansado de tanto pensar e de continuar a ter de fazê-lo para que tudo continue a correr bem, perdendo horas em contas e papelada fiscal.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Por um momento, ambos gostariam de trocar de lugar.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Pensam nisso, nesse cruzamento em que se encontraram.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Podem até tornar-se amigos e viver um pedacito da experiência de cada um.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Encontram, regra geral, alguns pontos de contacto, sonhos idênticos, projectos similares. Mas quis a vida que fossem diferentes e que decidissem direcções opostas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Qual deles será o mais feliz? Ou o menos infeliz? </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Nem eles o sabem, quanto mais nós.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Tal como eles, só temos que tomar mais uma decisão e seguir o caminho que pensamos ser o certo, evitando a todo o custo o que temos de garantido: o andar às voltas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E isso não é difícil, é apenas dramático.</div>Unknownnoreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-67631359615692263972011-01-03T15:14:00.000+00:002011-01-03T15:14:01.876+00:00Os belos tachos que existem para quem trabalha com tachos<style>
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}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoOkLeYiPGnsM-Yrl6AhbR7nR28btfEgigYbnuHd9IHhCCAmX_a7eaq0Uys9Els8vF-j2bcNX5teBUgKtVhonZCcNznn9dBA6k_RORixIbrtSdDUHoPjHgGkrU0qmGAYwFk5coLsqg59du/s1600/assadeira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoOkLeYiPGnsM-Yrl6AhbR7nR28btfEgigYbnuHd9IHhCCAmX_a7eaq0Uys9Els8vF-j2bcNX5teBUgKtVhonZCcNznn9dBA6k_RORixIbrtSdDUHoPjHgGkrU0qmGAYwFk5coLsqg59du/s320/assadeira.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Fico sempre estupefacto quando vejo um anúncio de um trem de cozinha da inenarrável <i>ideiacasa</i>. O demonstrado frete de quem apresenta o produto, dizendo que é a melhor coisa do mundo, denota também o enfadado trabalho do copy, que, coitado, preferia estar a escrever um anúncio fantasma para tentar ganhar um qualquer prémio internacional, ao invés sobre as inúmeras qualidades dos tachos de metal com, vejam bem, apliques em "ouro".</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Logo depois vem um programa de culinária com a Nigella, tão britânica e perfeita na sua cumplicidade com a família - que entra nos programas - assim como na dos amigos convidados para o repasto, que querem é aparecer na televisão.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Temos também o puto reguila (e anafadito) Jamie que, no meio de “f words” lá consegue dizer que os vegetais são salutares e necessários, tendo enveredado por um caminho mais trabalhoso que é o de tentar mudar a alimentação nas escolas britânicas. Ganhou projecção e muito, mas mesmo muito taco, nesta sua demanda pseudo-vegetariana. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Estes dois cozinheiros são quem mais vende livros pelo mundo. Livros de receitas que também dominam os tops portugueses, ao lado de “O Principezinho”, Crepúsculos e feiticeiros. Não é estranho?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Compreendo que os portugueses gostem de ver programas culinários, pois somos um dos povos com mais saberes sobre a arte, e é sempre de bom tom conhecermos mais uma receita. Mas comprar os livros desta gente? E então o Pantagruel? Ou a sebenta da avó? Ou até mesmo as fichas do Pingo Doce? É que estes dois <i>chefs</i> são, para quem ainda não tenha percebido, ingleses! E todos sabemos que a cozinha britânica é, talvez, a pior do mundo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Esta minha opinião é discordante da dos meus mais próximos. E enquanto eu prefiro ver aquele senhor grisalho a comer pelo mundo tudo o que faz mal, relembro também dois outros programas culinários que segui: um foi o “two fat ladies” e um outro com um chefe negro e gay, que me mostrou delícias globais. Confesso não me lembrar do título e do nome do sujeito, mas faço um salmão com um molho extraordinário à conta dele.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ora a discussão estala: como é possível eu gostar deste fulano que apresenta o “No reservations”? Mas que nojo, tal e coiso, ele come tudo e mais alguma coisa, desde insectos a testículos de boi.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sim... eu sei. Mas descobre novos sabores, novas formas de cozinhar, mostra-nos o mundo real, o que as pessoas comem lá no morro do Rio como à beira rio no Vietname.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ou seja, para mim, comida não é só um alimento. É também terra, ar, fogo e água. São as tradições, as misturas, as originalidades. É por isso que gosto de ver programas diferentes e ousados, curiosamente, feitos por.... ingleses!!!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Interessante é que a mais saborosa comida não é preparada num glorioso trem de cozinha nem tem um livro de capa dura a acompanhar:</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Uma tradicional e tosca assadeira de barro, louro, pimenta, sal e azeite fazem com que todos nós, sem excepção, sejamos o mais fantástico dos cozinheiros.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Não precisamos da originalidade de um lençol enrolado na cabeça, nem dos milhões que a BBC ou ITV investem neste conceito televisivo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Apenas aguardamos que um amigo ou grupo de amigos nos digam que querem jantar connosco, para provarmos que somos capazes de iguarias ímpares, sem recurso a livros nem programas gravados.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A simplicidade não engana. É como o algodão. E sabe bem.</div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-67321604744561827002010-12-30T12:44:00.001+00:002010-12-30T12:50:10.859+00:00Um pequeno passo atrás pode ser um grande passo para a humanidade<style>
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</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizR97WFWS88LLLn74nKCKPFhluxDrRE17M8EfvMW1wSlhaptxHapnHxdr_lz-zDoCN4_s1vn37NGFXA7W3N5TtPPfulxgUi8YyEzWRh7ikvTetSqIq11e-UiIU9sgTjpsq9VAIXgzMgQot/s1600/inventor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizR97WFWS88LLLn74nKCKPFhluxDrRE17M8EfvMW1wSlhaptxHapnHxdr_lz-zDoCN4_s1vn37NGFXA7W3N5TtPPfulxgUi8YyEzWRh7ikvTetSqIq11e-UiIU9sgTjpsq9VAIXgzMgQot/s1600/inventor.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Levar com uma maçã no alto da cabeça pode mudar a forma como vemos o mundo. E explica muita coisa. Não há dúvida que o ser humano tem engenho e arte, alguma sabedoria e destreza, mas acima de tudo, a curiosidade felina e um espírito de sacrifício pouco comuns nas restantes espécies. E isto tudo sem contar com o luso desenrascanço, arte milenar que nos governa no dia a dia.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Enquanto vejo passar as últimas horas deste malfadado 2010, em que perdemos tanta gente boa, culta e valorosa, dei por mim a pensar no fulano que inventou que um ano tem 365 dias, mais um quando é bissexto, ou seja, um desenrascanço para alinhavar os números. Mas o que passou pela cabeça desse senhor para perder tempo com toda esta aritmética? E quantos “anos” levou para chegar à conclusão?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">De vez em quando, um de nós tem uma ideia peregrina e, num repente, qualquer coisa estranha passa a conhecer uma lógica inabalável. Ele há de tudo, desde grandes pensadores que inventaram maquinetas que ajudaram outros a conseguir enormes feitos, até ao simples curioso que percebeu, arriscando a vida na apanha, que os percebes eram comestíveis.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A lista é infindável: quem foi o primeiro a descascar a banana antes de comê-la? Ou qualquer outro fruto? Quem foi o maluco que descascou a primeira pevide? E o tonto que se protegeu do frio com o primeiro “casaco” de pele e pelo? </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É que falamos daqueles que inventaram a roda e perceberam que o mundo não era quadrado, mas esquecemos os pequeninos que nos mostraram o caminho, ao perceber que alguns cogumelos eram nefastos para a saúde e que aquecer azeite com cebola cortada traduz-se num dos mais apetitosos cheiros de que temos memória.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ora se somos assim, curiosos e extraordinários, porque é que tivemos de inventar uma coisa chamada politica? E, muito pior, políticos? Quantos de nós já não nos enervámos porque temos soluções para os problemas e estes “profissionais” conseguem errar constantemente e fazer tudo ao contrário da mais humilde lógica?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A meu ver, todos eles poderiam levar com uma maçã no alto da cabeça. Até podia ser das podres. Talvez, com muita sorte, acordassem e percebessem que, fazendo mal as coisas, também eles irão perder todos os luxos que garantiram. Mais tarde que nós, mas também.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Até poderia ser que, no caso português, optassem pela reestruturação social, imitassem os antigos quando olharam a educação e a cultura como a grande ponte para a excelência de um povo, por exemplo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É que sem bases sólidas, nenhum arranha-céus é seguro. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E nós temos a mania de voar alto.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Está na hora de voltarmos a ser pequeninos, mas curiosos e inventivos, destemidos e peregrinos, corajosos e loucos.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É este o caminho para voltar a ser grande. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Apenas um pequeno passo atrás.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Um bom 2011 para todos! </div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-74863199756261722172010-12-28T15:40:00.000+00:002010-12-28T15:40:24.430+00:00Manter uma posição enquanto sofremos imposições<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"> <style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCnAIsxb7MVzfSB8XUaYmyevxpBWjEZ_3xjbYil5UlywnTf0sxhAuodfXfqP4Gj4rjBZmBvGdtHsPknvuC5d9EU7DgsPK3soUK1gMmP5064Jxo0kV_KO6YKKgpRsSruT8mgi0y4zWUQhu9/s1600/amizade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCnAIsxb7MVzfSB8XUaYmyevxpBWjEZ_3xjbYil5UlywnTf0sxhAuodfXfqP4Gj4rjBZmBvGdtHsPknvuC5d9EU7DgsPK3soUK1gMmP5064Jxo0kV_KO6YKKgpRsSruT8mgi0y4zWUQhu9/s320/amizade.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É uma realidade: a maior parte da nossa vida é passada com pessoas que nos são, de uma forma ou outra, impostas. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Começamos cedo, nos parques infantis. Devido ao bairro onde os nossos pais vivem, conhecemos a tenra idade de muitos meninos e meninas, alguns que serão os nossos colegas e amigos ao longo dos primeiros anos de escola.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Essa nossa vida estudantil ensina-nos que a vida é cruel. Quando firmamos as bases para um relacionamento estável e duradouro, lá vem uma nova escola e outra e ainda outra e, com elas, todo um rancho de crianças, adolescentes e jovens universitários.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos, portanto, obrigados a estar sempre a mudar de relacionamentos e amizades, algumas que até mereciam uma verdadeira oportunidade.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Chegados ao primeiro emprego - quem o consegue - temos de dividir o espaço com pessoas que não nos dizem absolutamente nada, totais estranhos e, muitas vezes, já receosos pela nossa anunciada presença. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os choques de personalidade farão parte dos primeiros passos profissionais e criamos as primeiras inimizades que nos podem, realmente, prejudicar.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Tomamos o café com esta gente, passamos a hora de almoço com esta gente e, muitas vezes, ainda fazemos serões com esta gente. Enquanto isto, os nossos verdadeiros amigos, alguns dos quais nos acompanham desde a infância, convidam-nos para jantar ou tomar um copo depois do trabalho. Mas como são mesmo amigos, entendem as negas e fica sempre para uma próxima vez.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois casamos e conhecemos toda uma nova família, para além dos muitos amigos da nova companhia. Se bem que alguns são extraordinários, outros não alinham com a nossa – também para eles – imposta presença. Logicamente que haverá conflitos que darão discussões...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mais uma vez, lá deixamos pendurados os que escolhemos com o coração anos atrás. Mas como são mesmo amigos, entendem as negas e fica sempre para uma próxima vez.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E os vizinhos das novas casas? Não são bem os do nosso prédio, com quem temos acesas discussões durante as reuniões de condóminos, mas sim aqueles que têm varandas ou janelas directamente viradas para o nosso ninho. É toda uma gente que não queremos conhecer, mas que nos entram pela sala dentro... diariamente. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Envelhecemos no meio de pessoas que nos foram surgindo ao longo dos anos, quer por motivos profissionais, quer porque todos acabamos por ter novos relacionamentos, e com eles, novas pessoas que trazem outras, para além de todas as famílias emprestadas que fomos, também, deixando para trás.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois alguns admiram-se que existam pessoas com mais de 500 relacionamentos “reais” no facebook e similares...</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É um vaivém de apresentações, discussões, pazes e novas oportunidades. São as horas que passamos a olhar de lado alguns companheiros de vida de quem está na nossa alma. São conversas intermináveis com opiniões que não nos interessam e com quem não temos um pingo de cumplicidade.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Enquanto os anos voam, sentimos cada vez mais falta da simplicidade dos primeiros anos do parque infantil, em que gostávamos de A ou B e atirávamos pedras e areia a C e D.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas de vez em quando, nos aniversários, natais e passagem de anos, conseguimos lembrar quem nos ficou para sempre e prometemos que será diferente a partir de hoje. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Já ninguém acredita... mas como são mesmo amigos, entendem as negas e fica sempre para uma próxima vez. </div>Unknownnoreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-44488117081440010972010-12-20T15:07:00.002+00:002010-12-20T15:10:57.762+00:00Uma floresta começa sempre por uma única semente.<style>
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font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXoDomFElKxo5DcZjiqLrZi8jIOLfRbSS1plPH6Tl5WB-_dtbuIYFECyzF7cBtuO5Vf2jUndxb7rduXpcv7IQD38jln-_i_jfaB8eKjVJCZPJjEmzS67JOBs8B1f8Gn0L1GGeSGnzsv5-q/s1600/cpc_ruins.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXoDomFElKxo5DcZjiqLrZi8jIOLfRbSS1plPH6Tl5WB-_dtbuIYFECyzF7cBtuO5Vf2jUndxb7rduXpcv7IQD38jln-_i_jfaB8eKjVJCZPJjEmzS67JOBs8B1f8Gn0L1GGeSGnzsv5-q/s320/cpc_ruins.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que seria do mundo se não tivessem existido teimosos? Estaria, definitivamente, muito diferente e bem pior. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">São os teimosos que não se vergam às leis humanas, que decidem tomar um caminho próprio e enfrentar as muitas lombas, muitos buracos, muitas rasteiras. Ganham ódios que lhes travam os ímpetos. Mas também ganham amizades, grandes amizades, com um respeito e admiração pouco comuns.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">São os teimosos que lutam por um ideal ou uma simples ideia. E poucos falham na sua obra de vida. Podem azucrinar o espírito próximo, medindo-lhe o limite da paciência, enfrentando-lhe a discussão, tomando-lhe o pulso, mas, no fim, existe sempre mais um abraço e um sorriso cúmplice.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">São os teimosos que impulsionam esta nossa vidinha tão ridícula. Enquanto vemos passar os dias como se fossem o prolongamento dos anteriores, essa gente chata descobre, em cada um, mais um motivo de luta, de entusiasmo, de tertúlia, de acção e, finalmente, de regozijo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">As teimosias podem ser infantis e até cruéis, como só os putos o são. Mas também há lugar para arrependimentos e passos-atrás mais rápidos que o anunciado. E, depois, há pazes que se fazem no meio de copos vazios e outros por esvaziar. E esse aperto de mão é, geralmente, o início de uma outra vida, que se junta às muitas paralelas que se podem viver.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Acontece que os teimosos vivem a vida mais depressa que todos os outros. E, por isso, desgastam-se a um ritmo mais acelerado. É o preço que se paga quando se é maior que a própria vida e, sabemos bem, ela nunca foi barata.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os teimosos sabem bem que pisam o risco, mas preferem-no a ser iguais a nós, os demais, paranóicos e vulgares, cheios de medos e cuidados. Por isso são chatos e teimosos. Chatos porque são teimosos. E teimosos porque são chatos. Não mudam uma vírgula às frases que reescrevem. Mas mudam todas as almas que têm a sorte de conhecê-los, e por vezes, confrontá-los.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Acontece também que as lutas constantes causam mossa. E a guerra contra o tempo e a injustiça faz envelhecer um corpo, mas nunca a alma. É essa que perdura nos anais, que modifica algo nos restantes, que dá vontade para que continuemos esse caminho tortuoso, mas enorme, fantástico!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Por vezes, somos tocados ao de leve, pois o tempo foi escasso. Mas sentimos que essas horas, por pouco que signifiquem numa vida, foram grandes e maiores que ele próprio, esse tempo vulgar e que todos desejamos imortal. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E, num repente, acontece: passamos a ser teimosos. E chatos.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: x-small;">Foto de Carlos Pinto Coelho, </span> <style>
@font-face {
font-family: "Arial";
}@font-face {
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}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1;
</style><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial;">Ruins of St. Cucufate Monastery - Vidigueira - Portugal</span></span> <span style="color: white; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"></span> </div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-71430375475284565552010-12-15T17:36:00.001+00:002010-12-15T17:47:38.439+00:00De fio de prumo a fiel da balança.<style>
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}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3dXGa3MFmKO7qPQxLjpuO0mYRRSIj7esMPS-poDM0tBe8XRkpxdVyfdTPz9Y3N62_a-HETLvtkyjHF5_6R4Ya4CKyiCfbBEA0Y6FxY28JDi1KOiOxAATxCI1hBkDQ4HqH5eM_3eecIEvn/s1600/balance.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3dXGa3MFmKO7qPQxLjpuO0mYRRSIj7esMPS-poDM0tBe8XRkpxdVyfdTPz9Y3N62_a-HETLvtkyjHF5_6R4Ya4CKyiCfbBEA0Y6FxY28JDi1KOiOxAATxCI1hBkDQ4HqH5eM_3eecIEvn/s320/balance.jpg" width="269" /></a></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os meus amigos, na sua grande maioria, confiam-me segredos vários, desventuras, problemas, chatices. Sou, muitas vezes, um baú com cadeado a sete chaves, onde estão escondidos os desabafos, tristezas e alegrias de cada um.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">É um caixote sem fundo, mas impenetrável, intocável. Algumas desventuras dariam para escrever verdadeiros <i>thrillers</i> ou filmes de terror. Outras entrariam na galeria das mais deliciosas comédias e existem várias que seriam personagens únicos em fantasias extremas. Mas não as utilizo, nem para divagações escondidas sob um qualquer alter-ego digital. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Também tenho os meus segredos e, para eles, todo um cofre-forte cuja password é indecifrável. Mas sou um sortudo e, quando é necessário um desabafo, alimentado <i>etilicamente</i> ou por qualquer outra razão maior, conheço vários ombros onde posso descansar.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vem isto a propósito de quem não consegue guardar segredos. E, nos últimos tempos, esse “quem” tem nome: chamam-lhe <i>wikileaks</i> e, a um outro nível não menos global, “casa dos segredos”.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sou da opinião que o site é um bocadito mais importante que a “casa dos segredos”, essa horrenda produção televisiva que me desnorteia a cada infeliz zapping.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Enquanto o primeiro está prestes a fazer derrocar o mundo tal o conhecemos, o segundo promete cometer uma proeza digna de registo: o recorde do mais baixo nível televisivo de que há memória. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">No <i>wikileaks</i>, somos confrontados com o que, interiormente, já sabíamos: os governantes dos vários países não são pessoas em que se possa confiar e que o mundo, oriental e ocidental, está podre. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Na produção da, quase sempre ela, TVi, ficamos a saber que a malta bimba tem segredos bimbos, como prostituição, encontros com o além, casas de passe e ligações sexuais com o Pinto da Costa... <i>sex sells</i>.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Enquanto o mentor do site está acusado de ser um malandro no que toca à sua testosterona, os participantes lusos enrolam-se por debaixo de lençóis, na esperança de serem notados e falados cá fora... <i>sex sells</i>.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Como se vê, existem diferentes formas de tratar um segredo: guardá-lo, dá-lo ao mundo inteiro ou mostrá-lo a quem consegue ficar atónito quando faz um simples zapping. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A primeira, a qual prezo e defendo, faz parte da personalidade cuja educação teve a sorte de conhecer progenitores e educadores dignos e especiais.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A segunda é uma daquelas coisas que acontece e que alimenta os anais da História, quando lemos as razões que levaram à derrocada de grandes impérios e civilizações.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Já a terceira é questionável e, a meu ver, completamente desnecessária.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O meu desejo é que alguém passe ao <i>wikileaks</i> os podres da malta que pensa, produz e realiza esta desgraça televisiva.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O mundo poderá sobreviver aos governantes que conhece, mas ficaria muito melhor se esta gente desaparecesse, de vez, da caixinha que mudou o mundo.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Até eu deixaria escapar algumas coisas que sei... numa outra caixinha que veio alterar e alimentar o conhecimento global. E com ou sem nudez, porque o <i>sex always sells</i>.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-21269380818061026402010-12-13T14:42:00.002+00:002010-12-13T17:41:45.846+00:00Uma carta a deus ex machina.<div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtA0lbHyS4XBtU8FaEwqNb9yXpLo3jyqmcB_IsjfwMxaUhkbSMN2M2g5_6Nf4-CTCZ0JOLDrMzdbd0yjOcR7vyFLX4xRXWqofHoYF4c2mHZtbdIWd80eK1yovmHX4kIBixv_eIyWBUCAGg/s1600/corpohumano_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtA0lbHyS4XBtU8FaEwqNb9yXpLo3jyqmcB_IsjfwMxaUhkbSMN2M2g5_6Nf4-CTCZ0JOLDrMzdbd0yjOcR7vyFLX4xRXWqofHoYF4c2mHZtbdIWd80eK1yovmHX4kIBixv_eIyWBUCAGg/s320/corpohumano_1.jpg" width="214" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sempre se falou do conceito homem-máquina. As artes e ciências usaram-no a seu bel prazer, desde a arquitectura à pintura, passando pela engenharia à tecnologia.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O cinema abusou dos robots com coração sentimental e dos humanos cibernéticos. A banda desenhada também, desde os vilões aos super-heróis. E é melhor nem pensar no filme "Crash" de David Cronenberg... </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Na música existe o eterno “the man machine” dos não menos clássicos Kraftwerk que levaram esse conceito até ao limite, colocando robots a tocar as músicas em pleno palco.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Portanto, a que se deve esta paranóia? Qual o interesse em juntar peças de metal à carne, trocar membros naturais por plástico e pilhas? Já não bastam as ajudas centenárias, como os óculos para quem é pitosga, muleta para os coxos, viagra para os adormecidos? Não! O desejo é ter órgãos novos quando abusámos dos originais. E quem não deseja um fígado por estrear?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Vai daí, debrucei-me sobre a questão, tal como Da Vinci, entre outros, o fez. Não me deixaram ir à morgue para comprar uns corpos sem alma, pois parece que é proibido para a maioria das pessoas. E também me esquivei a ser um <i>serial killer</i>, pois a policia anda de olho em mim desde que escrevi, tempo atrás, que procurava o crime perfeito. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Assim, limitei-me a tirar da caixa o antigo boneco do jogo “O Corpo Humano” e lá comecei a colocar as peças dentro das cavidades apropriadas.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O que descobri foi revelador!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos realmente um conjunto mal amanhado de pecinhas, colocadas uma por cima das outras, arrumadas de acordo com um qualquer manual de instruções que, milénios atrás, alguém escreveu e deixou por cá.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">E este exercício, para quem montou um PC quando isso foi moda, torna-se realmente esclarecedor.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ora vejamos: Se o corpo humano é uma caixa vazia (continuando com o conceito do computador), terá de ser vertical em vez de horizontal. Portanto, os portáteis e os novos tablets não são o melhor invólucro.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Continuando: o processador é o cérebro. A <i>RAM</i>, o cerebelo. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Estão a acompanhar-me?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O esqueleto é a motherboard. O disco rígido só poderia ser o coração, porque, geralmente, é o elemento que mais problemas conhece, desde <i>crashes</i> a viroses.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Os pulmões são a fonte de alimentação e o leitor-gravador de Cd/Dvd só podia estar transformado em fígado, pois é o que mais depressa se desgasta e encrava. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O teclado são as mãos, e os braços o cabo que o liga ao PC. O rato são as pernas e pés, pois é o que nos permite "andar" de um lado para o outro. Por sua vez, os olhos são o monitor e os diversos autocolantes e inscrições a laser, as tatuagens.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Para não vos chatear com os restantes elementos, termino com o mais chato, aquele que nos exaspera e a que desejamos dar um pontapé: são os cabos, todos emaranhados e torcidos. E o que temos dentro de nós que é a sua correspondência? Os intestinos!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Então? Continuamos a aceitar que foi algo divino que nos fez à sua semelhança ou concluímos que foi um qualquer engenhocas que era um desarrumado do piorio?</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas essa nem é a maior questão!</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O grande problema é que somos todos... <i>made in</i> <i>China</i>. E isso não é confortável, pelas mais diversas razões.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2249442313018106605.post-80645144108283955342010-12-06T15:39:00.002+00:002010-12-06T17:55:36.879+00:00Os segundos em que o odor tem cheiro.<style>
@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: "Times New Roman"; }div.Section1 { page: Section1; }
</style> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRb7-4FLEGy7fQhqNfvZC2b8CFiGUmyJUNqxXyiciJN5i8NrwWiYJs7N3pDG90CSfBTgY50TuHygYmGynrE-vxQXR3eRwMrTxz6MN_KIRKuxVXouxEYtmA8DBKGauwLY-ZOfZHqB9RwtS7/s1600/venexx-perfume-watch-with-oriental-woody-spray-6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRb7-4FLEGy7fQhqNfvZC2b8CFiGUmyJUNqxXyiciJN5i8NrwWiYJs7N3pDG90CSfBTgY50TuHygYmGynrE-vxQXR3eRwMrTxz6MN_KIRKuxVXouxEYtmA8DBKGauwLY-ZOfZHqB9RwtS7/s320/venexx-perfume-watch-with-oriental-woody-spray-6.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Somos um país atrasado. Dessa realidade não nos safamos. Até somos um dos <i>PIIGs</i>, embora aquele que mais dá utilidade ao bicho.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas uma coisa é ser-se pobrezinho e atrasado, outra é confrontarem-nos com o facto que somos malcheirosos e sem noção temporal.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Como consumidor de revistas semanais e mensais, estou atento aos pequenos sinais que nos atacam subliminarmente, muitas vezes disfarçados de anúncios publicitários.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sabemos que o <i>big brother is watching us</i>, mas esta nova forma de nos “relembrar” a cada página ímpar que existem 30 relógios e 20 perfumes que alimentarão o nosso ego, começa a ser, quanto a mim, exagerada.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">À falta de fé, valha-nos o conformismo capitalista. Os anunciantes sabem disso, as marcas também e a quadra festiva aproveita a falta de esperança religiosa para nos cativar com um sucedâneo, ou seja, um novo pertence que nos fará sentir mais de acordo com o retrato social que ambicionamos e, para alguns, uma maior proximidade com a divindade. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ora isto seria tudo muito bonito se não estivéssemos a atravessar a tal crise de que todos falam (e que começou em 2000). Não compreendo como as marcas têm tanto dinheiro para gastar em anúncios e, ainda por cima, todos iguais. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">A cada página folheada, lá está o relógio que custa uns bons 5000€. E como isso é para macho, surge logo a seguir um perfume mais catita que ronda os 100€, para mostrar à senhora que também vai receber um presente oneroso para mostrar às amigas. Esta situação repete-se até às últimas páginas da revista, folheada com a eterna esperança que alguém saiba que gostaríamos também de ser presenteados.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas... se há crise, não há pilim! Portanto, todos estes anúncios são dinheiro deitado à rua. Vai daí, forcei-me a pensar no porquê.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ontem à noite, durante a insónia habitual alimentada pelas contas e pelo fisco, cheguei à conclusão que tudo isto é um embuste maquiavélico. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ninguém quer vender relógios e perfumes! Mas as forças que governam, continuam a pensar que estão num oásis, cheios de esperança e com grandes planos para obras públicas faraónicas e inúteis.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Ora nenhum governante, que quer deixar gravado o seu nome a qualquer custo, deseja repetir a feijoada numa ponte, visto que essa leguminosa liberta gases que não são muito agradáveis.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sendo assim, foi estudada toda uma campanha para mudar os hábitos lusitanos: perfume para esconder o facto que a água, a electricidade e o gás, fora o sabão e o champô, estão pela hora da morte, e um relogiozito catita para chegarmos à hora marcada, e não 30 minutos depois, para a inauguração de uma qualquer obra que mudará os destinos do país. </div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Sinceramente, esta fórmula roça o brilhantismo. Eu sabia que os milhões gastos no Magalhães iriam servir para alguma coisa.</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Agora só falta mudar o acrónimo <i>PIIG</i> para <i>BIG</i>, pois somos... grandes, muito grandes!</div>Unknownnoreply@blogger.com2