sábado, 16 de janeiro de 2010

cento e vinte seis

O poder e riqueza toldam até o mais puro dos justos. Não o neguemos. Quantos de nós perdemos o contacto com aquela gente que é nossa "amiga" quando estamos bem, mas que desaparece sem registo quando ficamos menos bem? Vamos fazer um teste, olhar para os nossos contactos no telemóvel e emails e ver quantos deles estão "desconectados" da nossa existência. Se calhar, mais de metade. Ou para quem não utiliza o SIM para tudo e mais alguma coisa, um pouco menos.
Confesso que tenho muitos, demasiados, contactos que não utilizo nem deverei vir a reutilizar. Então porque pura e simplesmente não os apago da memória, que está a abarrotar pelas costuras?
Por um lado penso que, quando regressar ao topo, já os tenho. Por outro penso, quando regressar ao topo, de que me interessa tê-los? Já mostraram bem o que valem. Mas na verdade na verdade e quando mudo de telemóvel (frequentemente), fico hesitante em carregar na tecla "apagar da memória?". Se escolho o Sim, fico um bocadito perturbado. Se escolho o Não, também.
Bolas, se sei que esta gente não vale nada, porque raio ainda me preocupo com a sua existência?
Sou mesmo tótó...

10 comentários:

maria teresa disse...

Não me parece que seja totó, neste momento parece-me uma pessoa magoada com a vida...
Se há quem só lhe ligue quando está na "mó de cima" ou quando precisa de si, tire o nome da agenda, essas pessoas não interessam....
Há certamente quem se preocupe consigo.
Abracinho

pensamentosametro disse...

Nem mais meu amigo, já aí estive e já fiz o memso mas sei porque não apago os contactos, como sou menos simpática que tu, não os apago para ter a certeza de que um dia quando pensarem que podem novamente apanhar boleia na crista da minha onde, ter a certezinha absoluta de que não os atendo.


Bjo


Tita

mf disse...

Não apagas os contactos porque custa dizer adeus, mesmo a quem não merece...

Gastão de Brito e Silva disse...

Realmente quando chegamos a uma certa idade é natural que se façam retrospectivas , reciclagens e depurações...

Mas creio que em vez de apagar certos contactos, devemos mesmo é apagar certas amizades com as quais nos sentimos defraudados...

Ainda bem que mantemos contacto, mais que não seja por este meio, que aproxima amizades , mesmo nos locais mais distantes...

Vemo-nos por aí...

Conceição disse...

Olá, desculpe meter-me na conversa...
há tempos resolvi desfazer-me de tudo o que não usava há mais de uma ano: roupas, revistas, tralha acumulada.
fiz o mesmo no face book - não quero coleccionar 325 amigos, ou nomes ou caras e zero de calor humano.

enquanto tiver um dos meus cães comigo (o outro é minha estrela no céu), não me sinto só.

nota à margem: quando nos perdoamos a nós mesmos, conseguimos deixar partir os "amigos"...

CC

volteface.book disse...

Maria Teresa, felizmente não estou zangado pela vida, apenas obcecado em tornear o menos bom que ela tem. Mas isto é mesmo murphyanesco...

volteface.book disse...

Pensamento: pois eu deixo alguns exactamente pela mesma razão. E não é que alguns ainda têm a distinta lata de tentar uma ligação, de vem em quando?

volteface.book disse...

MF, dizer adeus a quem não merece não é também dizer adeus a um bocadito de nós?

volteface.book disse...

Grande Gaston, já contamos com alguns bonecos na nossa existência conjunta, não é? :)

volteface.book disse...

Conceição, bem vinda!
Também tenho tido essas necessidades, aliás acho que escrevi um post sobre isso. E outro sobre a "luz" no céu que brilha há 3 meses.