O que é o roubo? Roubar o coração de alguém é um acto nobre mas roubar o doce a uma criança é cruel. Roubar o estado e as finanças é de gajo com eles no sítio e roubar uma caixa multibanco é de gajo com passaporte estrangeiro. Roubar um fruto porque se tem fome é desculpável mas roubar o fruto de uma vida de trabalho não tem perdão.
Roubar é como um roll-bar (aqueles ferros que reforçam o interior de um automóvel de corridas para safar quem os guia): o ladrão só anda às cambalhotas se for apanhado. E depois há ladrões e ladrões.
Confesso que desde puto gostava de ser um, daqueles que roubam uma jóia ou um quadro de um cofre-forte impossível de penetrar, equipado com um belo fato preto e cheio de gadgets electrónicos. Ser ladrão, uma única vez na vida, podia dar um jeito do catano.
E, neste único caso, é romântico, elegante, profissional, perfeccionista, radical, corajoso e demais adjectivos. Pensando bem, não é isso que procuramos na vida?
Estou confuso.
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