quinta-feira, 24 de setembro de 2009

noventa e dois

Confesso-me dependente do audiovisual. Oiço muita música, passo muito tempo na net, adoro seguir seriados TV e perco-me com prazer nos muitos filmes que também vejo em casa. Se bem que a net tenha desculpa, pois trabalho com ela, há momentos em que penso na liberdade que vivi quando ela ainda não existia. Apanhava mais sol e ar puro, certamente. Mas os tempos eram outros e o ar que se respira na rua está longe da pureza de algumas décadas atrás. Criticam-me também por, como cinéfilo compulsivo, deixar de ter frequentado o escurinho das salas de cinema. Respondo sempre que quando vejo um filme gosto de apreciá-lo no mais puro dos silêncios e com a concentração aos níveis mais elevados que consigo e isso é impossível com a falta de educação que se verifica hoje por todo o lado, seja na forma de pipocas, sms, conversas já não abafadas ou melos de adolescentes que não têm onde mais ir. As séries televisivas são uma droga. Sigo uma vintena ou mais e dão-me prazer. O que posso fazer? Quanto à música, essa é outra história. Não sobrevivo sem ela, desde os meus clássicos às novas sonoridades que vou descobrindo e que tento apresentar aos amigos como um adolescente entusiasmado.
E a vida, perguntar-me-ão?
Bolas, e isto tudo também não a é?

6 comentários:

maria teresa disse...

Tudo aquilo em que fala são pedaçinhos de vida...Também deixei de ir ao cinema, o ritual que esse acto tinha perdeu-se, nas calendas do tempo, a sociedade modificou-se e embora eu não queira ficar parada no tempo, não quero ter que aceitar coisas de que não gosto.
A minha idade, com as benesses que isso me trouxe, permite-me fazer aquilo que me dá prazer, viver a vida! Nisso pode estar implícito passar alguns dias sem sair de casa (p.e.) sem ficar minimamente deprimida e com esses dias plenamente preenchidos.

Mnemósine disse...

Como te compreendo...
Também para mim tudo isso é vida.
(e sobre as salas de cinema....já nem no King, a sala dos pseudo-intelectuais, se consegue estar sossegado)

volteface.book disse...

Maria Teresa, assim se fala. :)

volteface.book disse...

Mnemósine, é trágico.

Conceição disse...

tenho saudades das sessões duplas no cinema no Quarteto, onde vi alguns dos melhores filmes da minha vida...

volteface.book disse...

De certeza que nos cruzámos! Vivi muitas dessas notes e também as duplas no City Cine.