quarta-feira, 25 de novembro de 2009

cento e doze

Conheci recentemente um casal de megalómanos. Se um megalómano é um bicho estranho, fugidio, raro de encontrar e mais de conhecer, imaginem a grata fortuna em encontrar um casal. Passei uma tarde inteirinha com eles, num ambiente mais ou menos caótico, absorvendo todas as pistas, pormenores, passos e objectivos que me iam dando à medida que iam confiando. Se encontrar e conhecer este bicho esquivo já é difícil, conseguir a sua confiança é tarefa reservada para poucos eleitos, nos quais e com grande honra me incluo.
As horas passaram como minutos e consegui estabelecer uma relação de amizade ainda trolha de meninice. No meio de brinquedos e computadores, fiquei a par de um mundo paralelo, rico em tradições milenares, cheio de criaturas que deveriam meter medo mas conseguem um sorriso cúmplice, nomenclaturas que fazem rir ao mesmo tempo que criam inveja por não ter sido eu a criá-las, inúmeras plataformas desde manuais a digitais trabalhadas com mestria, todo um universo único e fantástico.
Os megalómanos mostraram o propósito da sua vida que passa por um único sentido chamado "imaginação" e ficaram contentes por terem conhecido mais um pobre de espírito que se deixou fascinar pelas suas directrizes.
Depois meti-me no carro a caminho de casa e desde então tenho estado a pensar muito sobre o que vivi. Julguei que tinha sido uma sorte dos diabos mas à medida que os dias morrem percebo que foi um azar tremendo.
Se já sentia uma enorme repulsa por este Portugal que não entendo, agora sinto uma raiva capaz de o estrangular. O motivo é simples: este casal de megalómanos (vamos chamar-lhes Tolucling ou Luctoling... ou Linglucto) são, e acreditem em mim, a mistura de três génios. Explico: os papás dos Tolucling são dois homens e uma mulher (o que deve ter sido muito engraçado) de nome Tolkien, Lucas e Rowling. Conjuguem essas três imaginações juntas numa só cabeça e têm o mundo que vi e assimilei. Então porque é que foi um azar tê-los conhecido e porque grito blasfémias contra a minha terra? O motivo é tão simples que dói. E dói muito, bem fundo na alma que deveria ter honra em ser lusitana.

2 comentários:

pensamentosametro disse...

Acho que te entendo perfeitamente.

Bjos


Tita

volteface.book disse...

Pois entendes.