Imaginemos a vida na terra azul se, num dia, alguns animais decidissem fazer uma greve geral.
Por exemplo, as abelhas.
Um dia de esquivanço laboral, faria com que o equilíbrio terrestre conhecesse sérios danos. A polinização falharia e, consequentemente, toda a natureza sofreria o abalo, com a agricultura em destaque.
Mas as abelhas são bichos trabalhadores, habituados a uma férrea disciplina.
Não estou a vê-las aderirem às ordens sindicais.
Existe um outro animal que é repelente para muitos humanos e adorado por outros tantos. A osga! É verdade, essa lagartixa de várias cores e que surge geralmente agarrada à parede exterior da casa bem perto de uma lâmpada acesa, é um dos nossos principais aliados para a qualidade de vida. São elas que comem as traças, baratas, mosquitos, moscas e, até, aranhas, que tanto nos incomodam.
Ora se as osgas - principalmente a bem portuguesa osga-moura - optassem por manifestar-se contra os nossos maus tratos e não se alimentassem durante 24h, imaginem a noite mal dormida que sofreríamos, devido aos constantes zumbidos e dolorosas picadelas.
Também não as vejo em piquetes de greve.
E as vacas leiteiras? Um dia apenas sem produzirem, esgotaria os stocks de leite, queijos e iogurtes, bases alimentícias diárias para milhões e milhões de seres humanos e outros animais. Toda a pirâmide alimentar se inverteria, os mais petizes teriam que ver a mãe a misturar o pó Nido com água, os jovens ficariam sem a dose diária de cálcio, e os mais idosos não poderiam demolhar a torrada ou bolacha Maria.
E o que dizer do peixe, que se recusaria a ser apanhado? Basta ir ao supermercado a uma segunda feira, para perceber que a frescura e a abundância se escapariam por entre os nossos dedos.
Poderia continuar a enunciar a Arca de Noé, mas parece-me que bastam estes exemplos para se perceber que fazer greve não é para todos.
Há que reflectir nesta verdade, tomar alguns apontamentos, elaborar estudos científicos e encontrar verdadeiras soluções para atacar os graves problemas que alguém provocou e alimentou.
Se continuarmos nestas verdadeiras andanças, de piquete em piquete, teremos o mesmo fim que os grandes dinossáurios... e nem será preciso um degelo.
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