"Em Roma sê romano", diz-se à boca cheia. Os portugueses sempre se deram bem com este conselho amigo e, daí, o nosso à vontade para recomeçar toda uma vida nas diversas latitudes deste planeta. Ok... em Paris sê concierge, em Joanesburgo merceeiro, em São Paulo padeiro, em Espanha trolha, no Luxemburgo professor e por aí adiante. Portanto é melhor passar a dizer "em Roma sê como os portugueses que já lá estão" e siga a tradição.
E é sobre tradições que me debruço. A constante importação de inglesismos só tem paralelo na cedência das nossas coisas para dar lugar a outras que nunca foram nossas. E, pasme-se, isto não tem a ver com fluxos migratórios que escolhem o nosso país para viver (senão teríamos o carnaval brasileiro ou o KaZantip ucrâniano, para não falar das Festas do Mar angolanas ou as Companhias de São Benedito de Moçambique e etc), mas sim uma questão de marketing puro e duro promovido por marcas ou promotores.
Vejam o ridículo que é dançar desdunada no carnaval de Torres com um frio que se cola à celulite e uma chuva miudinha que atrapalha o sambar. Ou as festas de Saint Patrick, verdes como o nosso verde, mas com roupa e botinhas um bocado larilas e uns chapelitos estranhos, sem falar nessa coisa burlesca denominada gnomos...
O Valentine's Day também enche as montras de coraçõezinhos cor de rosa e vermelhos, dizeres em postais e cartões e anéis que prometem futuros a dois. Depois vem a factura no bolso e no projecto.
Agora é o Halloween. Mas o que é que temos nós a ver com a abóbora, somente indicada para sopa? E mascararmo-nos com vestes assustadoras e esqueletos falsos, pintando a cara como mortos-vivos e andando a pedir de porta em porta um qualquer caramelo ou partida? Mas o que vem a ser isto?
Querem festa? Promovam o que é nosso!
É que somos ricos em festividades, folia e tradições seculares.
Máscaras temos muitas e bem mais catitas que as norte-americanas.
Adoramos os "assaltos" e bater em panelas.
Danças originais desde Miranda ao Algarve.
Santos para todos os gostos e feitios.
Procissões várias que até são salutares.
Gastronomia sem par.
Superstições e lendas dignas de Hollywood.
Opá... e no meio disto tudo esqueci-me: a Oktober Fest está a acabar. Volto já.
11 comentários:
Malvado! Estragou todo o seu patriotismo...:):):)
e o perturbador é que nas escolas os pais já perguntam se fazemos alguma coisa com as crianças para festejar o Halloween ou o dia dos namorados,mas não perguntam o mesmo nas vindimas ou no 5 de Outubro.
Viva o marketing!
Lamento informar que o Oktober fest já acabou ;)
E o uso de palavras estrangeiras quando há a palavra portuguesa? Ando extremamente sensível a este caso porque me tem invadido o email nas ultimas semanas, ainda por cima cheios de erros!! brr
Toda a gente se está a esquecer da comemoração do dia de Todos os Santos. No qual, quando era mais gaiata, pedíamos os bolinhos... e ia sempre com os meus familiares ao cemitério por Flores. Há zonas em que ainda fazem isso, felizmente, a minha é uma delas!
Maria Teresa, ;)
Patrícia, pois é. Até parece que as pessoas gostam de ser gamadas.
Ecila... eu sei. Barraram-me à porta.
Mnemósine, ele há algumas que são preferíveis, como por exemplo nos computadores ou net.
Rita, o dia de TOS é celebrado em todo o lado, inclusivé em Lisboa.
Rita, o dia de TOS é celebrado em todo o lado, inclusivé em Lisboa.
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