Tenho conta no Facebook há muito tempo e, como vivi várias vidas, grande parte dos meus “amigos” são mesmo pessoas que conheci ou com quem trabalhei ao longo das décadas.
Logicamente que, conforme os interesses, vou aceitando ou procurando novos contactos, situação que me tem levado a tirar mais conclusões sobre as redes sociais (visto que estou em várias, do Linkedin ao Star tracker).
Uma delas é o facto de, lá fora no resto do mundo, de África ao Brasil, passando pela Austrália e até mesmo Inglaterra, as pessoas não ligarem ao FB como nós, portugueses que gostamos de ser afamados como o povo que tem mais telemóveis que habitantes.
Os contactos profissionais não cabem neste mundo virtual. As coisas ainda são feitas à antiga, ou seja, através de telefone ou cara-a-cara. Portanto, é enervante esperar por uma resposta vinda por email ou através dos posts sociais. Deste modo, e com a impossibilidade de se viajar para os confins do mundo para tratar de assuntos, há que adquirir aqueles cartões telefónicos que se vendem nas tabacarias e gastá-los até ao último cêntimo. Confesso, é dinheiro bem investido.
O mundo, afinal, não é tão gadget freak como as Fnacs nos querem transmitir e “impor” com as sucessivas vagas de novidades tecnológicas.
Então o que faz um Presidente da República escolher este meio como o principal para a divulgação de opiniões? Ou as marcas perceberem, tarde e a más horas, que a sua sobrevivência passa pela rede? Ou jornalistas sem poiso debitarem bitaites azedos a todas as horas do dia e da noite? E os inúmeros convites para festas, lançamentos, inaugurações, etc?
Quem lhes liga?
Bom, temos notícias de festas de aniversário que conheceram a adesão de centenas ou milhares de “amigos”, porque o/a aniversariante fez o convite online. Também conhecemos o sucesso mediático que agrupou milhares de jovens, da Síria a Portugal, que se juntaram para protestar contra o imposto.
Ou seja, por um lado, as redes sociais falham na sua comunicação global, mas por outro começam a ser um agregador de vontades. Em que ficamos? Será uma questão geracional? Ou seja, dos 10 aos 30 vive-se esta funcionalidade como complemento de vida e dos 30 aos 60 sabe-se de tudo mas não passa de um agregador de feeds noticiosos e fait-divers?
Confesso que é um bocadinho estranho metade das pessoas não passarem sem elas e a outra metade viver sem elas.
De que lado vocês estão?
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